Cotidiano

Agressores participam de grupo que pretende reduzir violência doméstica

Grupo Reflexivo Reconstruir foi criado com a finalidade de tentar reduzir a violência contra a mulher a partir da discussão e reflexão

O alto índice de violência doméstica no Estado motivou a Assembleia Legislativa (ALE) a criar o “Grupo Reflexivo Reconstruir”, do Centro Humanitário de Apoio à Mulher (Chame). O objetivo da iniciativa é reduzir a violência familiar em Roraima, um dos estados brasileiros que mais sofre com o problema. Conforme publicação recente da Folha, a Polícia Militar atende a cerca de 12 ocorrências por dia somente na Capital, o que representa mais de 300 atendimentos por mês.

Os encontros acontecem todas as terças-feiras de outubro, das 9h às 11h, na Escola do Legislativo (Escolegis), localizada na avenida Nossa Senhora da Consolata, no Centro. O grupo conta com a participação de 15 homens que foram identificados como agressores. A coordenadora e psicóloga do grupo, Lauany Leal, disse que o projeto tem parceria com o Tribunal de Justiça do Estado por meio da Vara de Execuções de Penas e Medidas Alternativas.

“No total, são 10 homens requeridos do Chame, companheiros ou ex-companheiros de mulheres atendidas pelo órgão, e cinco que estão em cumprimento de penas. Aqueles que participam das atividades poderão ter sua pena reduzida”, afirmou.

Segundo ela, os encontros também estão abertos para a população. “O projeto também está aberto para a comunidade que queira refletir sobre o comportamento adequado no âmbito familiar”, complementou Lauany.

Os temas abordados durante as reuniões falam sobre família, estresse, agressividade, ressocialização, álcool e drogas. “Queremos sensibilizar o homem para a necessidade de estar bem na sociedade, pois ninguém é feliz por meio da violência. Além de ser uma forma de fazê-los repensar sobre o comportamento inadequado para que possam melhorar e entender que o bom comportamento gera efeitos positivos principalmente nas relações familiares”.

Ela disse que o grupo vai trabalhar com filmes sobre os temas abordados. “Esses homens precisam de uma reeducação, e nada melhor do que os filmes para mostrar esse lado a eles”, frisou Lauany, acrescentando que também são realizadas atividades dinâmicas. “O que queremos é escutá-los e a partir daí saber o que eles pensam e sentem em relação à violência. Iremos trabalhar em cima dessas ideias para melhorar a inserção deles na sociedade”.

De acordo com um dos integrantes do grupo, que preferiu anonimato, a iniciativa é positiva. “Todo projeto que vem para o bem da humanidade é válido, ainda mais quando abrange todo o Estado. Estamos aqui para aprender, dialogar e ganhar experiência para que possamos crescer como pessoas”, disse. (B.B)