Cotidiano

Aids preocupa em período de Carnaval

Folião precisa se prevenir, pois os números mostram que a Aids tem avançado em Roraima

O clima de folia no Carnaval também é momento de alerta à população sobre os cuidados em relação à prevenção. É importante estar atento aos riscos de contaminação de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). De acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), 80% dos casos de Aids no Estado estão concentrados na Capital.
As maiores incidências de casos de pessoas contaminadas pela Aids, em Roraima, se restringe à faixa etária específica de pessoas de 20 a 39 anos, com 61,59% do total. O aumento de casos de contaminação na faixa etária de 20 a 29 anos, entre 2012 e 2014, foi de 38%. O resultado mais alarmante foi entre as pessoas de 30 a 39 anos, que registrou aumento de 89% no mesmo período.
Os municípios do interior que menos registraram casos da doença (apenas um) foram São Luiz do Anauá, Sul do Estado, e Uiramutã, região Leste. No Estado, os homens continuam sendo os mais atingidos pela doença, com 66% dos casos. As mulheres totalizam 34%. Ao todo, somente no ano passado, 190 casos de Aids foram registrados, um aumento de 88% em comparativo aos anos anteriores.
A responsável pela área de prevenção do Núcleo de Prevenção DST/Aids da Sesau, Sumaia Dias, disse que as orientações em relação à conscientização da doença são enfatizadas mais para o público jovem. “As orientações são para todo mundo, mas é lógico que priorizamos a questão do jovem, para que usem o preservativo em todas as relações sexuais, independente da orientação sexual”, frisou.
Sumaia explicou que o órgão trabalha para dar maior visibilidade às orientações sobre prevenção no período carnavalesco. “Cada município ficou com o critério de escolher as ações e como serão adotadas para a questão da conscientização. Na Capital, essas ações serão diferenciadas, pois além da distribuição de preservativo nos postos, iremos expandir para outros setores”, declarou.
Segundo ela, a nova abordagem vem permeando todas as ações de comunicação para aumentar o foco estratégico da campanha. “Os ambientes e a população serão prioridades para acelerar a expansão do tratamento”, disse. Segundo ela, o período de Carnaval torna a população mais exposta aos riscos de contaminação. “Nessa época, as pessoas se relacionam mais, tem as relações eventuais e, nessas relações, as pessoas acabam esquecendo ou realmente não usam preservativo”.
Para tentar evitar o aumento no número de casos de contaminação, o núcleo irá distribuir 60 mil camisinhas em todo o Estado. “A ideia é que o preservativo esteja em todos os cantos, sem maiores burocracias. Em uma situação diferente, disponibilizaremos em locais estratégicos para as pessoas pegarem a quantidade necessária”, frisou.
ALERTA – Uma pesquisa recente do Ministério da Saúde aponta que 94% de todos os brasileiros sabem que a camisinha é o meio mais seguro de se proteger e evitar o contágio, mas 45% da população sexualmente ativa afirmam não ter utilizado o preservativo em relações sexuais casuais, expondo um extremo descuido com a saúde.
Além disso, o último levantamento apresentou um resultado preocupante em relação ao carnaval: 88% dos entrevistados afirmaram que fariam sexo sem camisinha durante a folia.