A Área de Livre Comércio (ALC) de Boa Vista entrou em vigor em 2008, e desde então, existem benefícios tributários cujo principal objetivo é promover o desenvolvimento sustentável. O mercado das áreas beneficiadas com as ALC passa a ter produtos nacionais e estrangeiros a um preço mais acessível, ou seja, mais baratos, fato que impulsiona as vendas e, consequentemente, aumenta a geração de emprego e renda no estado.
“Com a ALC, o comerciante conseguiu ter preços mais competitivos, e se não fosse por isso, a economia do comércio de Boa Vista iria quebrar”, disse Paula Cruz, proprietária da Papel Jornal, uma papelaria.
“Para trazer as mercadorias para o nosso estado, é uma logística muito complicada e cara, e tudo isso a gente [comerciantes] precisa passar o preço para o consumidor final, então com a isenção das taxas, eu consigo equilibrar os valores e no final, os produtos ficam na média de preço dos grandes centros”, explicou.
A consumidora Lívia Muniz, conta que começou a observar a diferença dos preços de produtos entre as lojas locais e os grandes centros.
“Na maioria das vezes eu dou uma verificada nos produtos para saber se compensa comprar aqui ou pedir na internet, e quase sempre, a diferença é de até R $10. Eu compro em loja física mesmo para não ter que ficar na espera pelo produto, que, às vezes demora meses para chegar”, relatou.
De acordo com o economista Fábio Martinez, especialista em Gestão do Controle Público, antes da implementação das ALCs em Roraima (2003 a 2008) o crescimento do comércio era de 5,5% ao ano, mas após isso o percentual aumentou para 6,1% ao ano até 2018. “Isso fez com que o crescimento do comércio fosse maior do que a média de todas as atividades econômicas do Estado”, comentou.
Outro crescimento expressivo, segundo o economista, se deu na geração de empregos formais. Até 2008 o comércio criava em média 254 novos postos de trabalho por ano, tendo seu ápice em 2005, quando foram criados 471 empregos. “Depois da implantação das ALCs, a gente observou um aumento acentuado na geração de empregos, atingindo uma média anual de 942 novos postos de trabalho por ano, tendo o seu ápice no ano de 2010, quando foram criados 2.351 empregos”, finalizou.