Aliciadores na internet: Delegados falam sobre crimes contra crianças e orientam pais

Os delegados Mateus Rezende, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), e Kássia Poersch, da Delegacia de Crimes Cibernéticos estiveram no programa Quem é Quem nesta terça-feira (28)

Os delegados Mateus Rezende, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), e Kássia Poersch, da Delegacia de Crimes Cibernéticos. (Foto: Reprodução)
Os delegados Mateus Rezende, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), e Kássia Poersch, da Delegacia de Crimes Cibernéticos. (Foto: Reprodução)

A exposição de crianças e adolescentes na internet e os riscos associados a esse comportamento foram os principais temas discutidos na edição desta terça-feira (28) do programa Quem é Quem, apresentado pela jornalista Cida Lacerda. Os delegados Mateus Rezende, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), e Kássia Poersch, da Delegacia de Crimes Cibernéticos, apresentaram informações preocupantes sobre crimes praticados contra menores em Roraima e forneceram orientações para os pais.

Durante a entrevista, os delegados destacaram como a internet tem se tornado um ambiente cada vez mais utilizado por aliciadores para abordar crianças e adolescentes. Segundo a delegada Kássia, práticas aparentemente inofensivas, como publicar fotos de crianças usando biquíni, incentivar a participação em desafios de dança e permitir acesso irrestrito às redes sociais, podem aumentar a vulnerabilidade dos menores. “Os aliciadores usam essas plataformas para estabelecer contato e ganhar a confiança das crianças, o que pode levar a situações de abuso e exploração. É preciso que os pais estejam atentos a isso”, ressaltou.

O delegado Mateus Rezende chamou a atenção para os crimes relacionados à exploração sexual de menores. Ele explicou que, de acordo com a legislação brasileira, qualquer relação sexual ou ato libidinoso com menores de 14 anos é automaticamente considerado estupro de vulnerável, mesmo que haja consentimento da vítima. Após essa idade, o contexto do caso será analisado para determinar se houve crime. “Não é incomum que adultos ofereçam dinheiro, presentes ou vantagens em troca de fotos íntimas ou favores sexuais, o que configura exploração sexual. Esses indivíduos podem ser presos e responder pelo crime de prostituição infantil, previsto no Código Penal”, explicou o delegado.

Confira a entrevista completa

Riscos na internet

A delegada Kássia reforçou que as redes sociais são o principal meio utilizado por criminosos para abordar as vítimas, destacando que plataformas de compartilhamento de vídeos, jogos online e aplicativos de mensagens são os mais visados. “É comum que esses criminosos se passem por crianças ou adolescentes para se aproximar e ganhar a confiança da vítima. Isso pode começar com algo aparentemente inocente, como uma troca de mensagens, e evoluir para pedidos de fotos ou encontros”, alertou.

Recomendações aos pais

Entre as principais orientações para os pais, os delegados enfatizaram a importância de monitorar o uso de celulares e dispositivos eletrônicos das crianças. Eles sugeriram que os responsáveis verifiquem periodicamente as galerias de fotos, conversem sobre o conteúdo consumido nas redes sociais e mantenham um diálogo aberto sobre os riscos na internet.

“Os pais precisam assumir um papel ativo na proteção de seus filhos. Isso inclui supervisionar o que eles estão fazendo na internet, com quem estão conversando e quais aplicativos estão usando. Essas ações podem prevenir que as crianças se tornem vítimas”, disse o delegado Mateus.

Além disso, os delegados destacaram que a educação no ambiente familiar é essencial para conscientizar as crianças e adolescentes sobre os perigos da exposição excessiva. “O diálogo em casa precisa ser constante. Ensinar as crianças sobre limites e o que é considerado seguro pode fazer toda a diferença na prevenção desses crimes”, afirmou a delegada Kássia.

Canais de denúncia

O Disque 100 é um dos principais canais de denúncia e pode ser acionado de forma anônima. Além disso, casos suspeitos podem ser relatados diretamente à DPCA ou às delegacias locais.