Com os avanços da ciência, derrubou-se o mito de que o câncer de mama, segunda maior causa de morte entre mulheres, era algo hereditário. Atualmente, o fator alimentação também influencia bastante na saúde. “A alimentação influencia em torno de 30%. Pode parecer pouco, mas é um percentual que faz muita diferença. Se você tiver uma boa alimentação, ajuda a reduzir esse risco não só para o câncer, mas também para doenças cardiocirculatórias”, destacou Magnólia Rocha, da Liga Roraimense de Combate ao Câncer.
De acordo com a especialista, existem três fatores evitáveis para a propagação de enfermidades relacionadas ao câncer e outras doenças. A primeira delas é a alimentação, importante para o funcionamento do corpo humano. “A alimentação saudável é essencial para a saúde de qualquer pessoa. Não consumir alimentos gordurosos, condicionados, enlatados, salgados e bebidas gaseificadas, como refrigerantes, são importantíssimos para evitar o surgimento de doenças. Você tem que comer o mais natural possível, consumindo frutas, legumes e verduras, que possuem os nutrientes principais para a regulação de todo o sistema do corpo humano”, orientou.
Outro fato evitável citado pela especialista é o tabagismo, ato caracterizado pela dependência psicológica do consumo de tabaco. Estima-se que aproximadamente 200 mil pessoas morram todos os anos no País vítimas dos males do cigarro. “O cigarro, assim como outros derivados do tabaco, não possui uma quantidade segura de consumo. Somente na fumaça desse produto, por exemplo, podem ser encontradas mais de 4.700 substâncias tóxicas, algumas inclusive cancerígenas”, comentou.
O terceiro item da lista de fatores evitáveis está o sedentarismo, que é a falta ou a diminuição de exercícios físicos. A médica alerta que a falta de exercícios pode causar vários tipos de doenças, entre elas a obesidade, pressão alta, diabetes, distúrbios psicológicos, asma, infartos e outros. “O recomendado é que a pessoa pratique exercícios físicos por, no mínimo, 30 minutos diários”, frisou.
A especialista ressaltou que, evitando esses três fatores, os riscos de câncer, seja qualquer tipo, podem ser reduzidos em quase 70%. “Vale ressaltar que é necessário também levar em consideração os fatores inevitáveis, que são aqueles pelos quais não há como ser revertido. Estão incluídos nesta lista o sexo, em que os riscos são maiores nas mulheres, a idade, já que não há como reverter o tempo, e o fator hereditário”, complementou.
Produtos que podem ser aliados contra doenças
Manter o peso adequado é, sem dúvida, um fator positivo na redução do risco para se desenvolver um câncer, sendo possível potencializá-lo por meio de exercícios físicos. No entanto, muita gente ainda se pergunta se existe relação entre a dieta e o risco de desenvolver o câncer de mama. Muitas pesquisas apontam que existe relação de certos tipos de dieta e a redução do risco de desenvolver a doença. Veja abaixo algumas delas:
VEGETAIS – Muitos vegetais como brócolis, repolho, couve e cenouras são altamente indicados para quem deseja ter uma boa saúde. Além de serem fontes de diversas vitaminas, algumas possuem substâncias chamadas fitoquímicos, que combatem as neoplasias mamárias;
FRUTAS – Além de saborosas, as frutas são importantes aliadas no combate a doenças. A maçã, por exemplo, pode sim prevenir o surgimento do câncer de mama. A fruta destaca-se por ajudar na digestão, moderação do apetite, retardamento do processo de envelhecimento, filtragem do sangue e prevenção do derrame. Por meio de suas fibras, a maçã também reduz o colesterol, contribuindo na prevenção do câncer digestivo;
PEIXE – Rica em Ômega 3 (n-3), a carne do peixe pode ser um fator a contribuir na dieta das pessoas. Estudos experimentais de algumas universidades no mundo têm indicado que os ácidos graxos poliinsaturados contidos no n-3 podem inibir a formação do câncer de mama. Contudo, vale lembrar que esta teoria precisa ser mais bem estudada para que se possa comprovar o seu benefício na redução deste tipo de câncer.
Saiba que tipo de alimentos evitar
Existem também alguns alimentos que devem ser evitados para se prevenir de doenças. Entre eles está a carne vermelha, que é associada a alguns problemas de saúde, caso consumida em excesso. Veja o que dizem os especialistas:
CARNE VERMELHA – Embora muitas pesquisas não tenham se aprofundado na conexão direta entre o câncer de mama e a carne vermelha, o alto consumo deste tipo alimento poderá contribuir para o ganho de peso, sendo este um dos fatores de risco para o desenvolvimento da doença.
O consumo excessivo de consumo de gorduras saturadas tem sido frequentemente relacionado não só com o aumento do risco em desenvolver diversos tipos de câncer, assim como também de doenças cardiovasculares, tanto que a recomendação do Instituto Americano de Pesquisas em Câncer (AICR) é de consumo limitado 300 gramas de carne vermelha por semana;
BEBIDAS – Algumas pesquisas são enfáticas em afirmar que o consumo regular de álcool apresenta relação direta com o risco de câncer, principalmente para mulheres com baixa ingestão de ácido fólico, substância presente em vegetais folhosos, feijões, germe de trigo, peixes e outros. Da mesma maneira, os produtos gaseificados, como o refrigerante, possuem substâncias que ajudam no ganho de gordura, o que pode contribuir para o surgimento de doenças relacionadas à obesidade;
ENLATADOS – Da mesma maneira que os produtos gaseificados, os enlatados também podem ser vilões para a saúde das pessoas. De acordo com um estudo da Universidade de Havard, pessoas que consomem produtos enlatados, podem desenvolver níveis elevados de uma substância chamada de Bisfenol (BPA), um disruptor endócrino que pode imitar os hormônios do corpo, podendo elevar os riscos de câncer, doenças cardíacas, diabetes e obesidade. A dica é que a escolha desses alimentos seja pensada de forma criteriosa. Ou seja, não deixar virar um hábito. (M.L)