Cotidiano

Alunos da rede pública migram para escolas particulares

Procura por matrículas aumentou nas unidades privadas, em especial para estudantes que estão no ensino médio

Com o cancelamento do início do ano letivo em fevereiro e o adiamento para março, pais de alunos da rede pública de ensino tiveram que encontrar uma alternativa para não prejudicar o andamento dos estudos dos filhos. Uma dessas medidas foi migrar para as unidades educacionais particulares. A informação é que houve aumento na procura por matrículas nas instituições privadas do Estado.

Em uma unidade particular, a procura maior foi pelos ensinos fundamental e médio, principalmente por causa dos vestibulares que ocorrem normalmente no fim do ano.

O relato é que os pais não querem que os filhos fiquem atribulados com o acúmulo de aulas e que isso influencie no resultado das avaliações. Outro ponto é impedir a perda do período de férias e momentos de lazer nos fins de semana e feriados.

“É uma carga horária de 200 dias letivos. Ter aulas direto, sem uma pausa, fica muito cansativo. Principalmente para quem está no ensino médio. Por isso, os pais procuraram mudar, para não perder a qualidade do ensino, aulas e tempo”, informou Rudaina Abou-Trabi, diretora de uma escola particular.

Outra questão alegada pelos pais de alunos, segundo a diretora, é a maior segurança das unidades particulares.

“Eles decidiram vir para uma escola particular para ter mais segurança de que as aulas não vão ser canceladas. Ainda não é certo elas começarem no dia 7 de março”, completou Rudaina, se referindo à previsão de início do ano letivo na rede pública.

Para os estudantes que estão migrando, a unidade procurou orientar pais e professores sobre as diferentes características do estudo particular, que algumas vezes tem aulas em horário diferenciado ou atividades extracurriculares.

Sobre o atendimento da demanda, a gestora explica ainda que a situação é positiva para a instituição como empresa, mas difícil por causa dos problemas na Educação em Roraima.

“Eu fico feliz e triste ao mesmo tempo porque não queria que o Estado chegasse a esse ponto. De um lado, triste pelo Estado não poder atender os nossos alunos. De outro, felizes porque tivemos condições de receber os estudantes de braços abertos”, frisou.

BOLSO – Já em outra escola, a procura por novas vagas foi mais baixa, mas ainda assim registrou um aumento de 5%. Para a instituição, a questão financeira foi o que mais influenciou na escolha de não migrar para uma rede privada.

“Acredito que seja por conta da situação financeira que o Estado vive. Muitas pessoas infelizmente não têm condições ainda de colocar os filhos em uma instituição particular”, informou o secretário acadêmico Frank Correia. (P.C.)

Secretaria cria comissão para reelaborar calendário de 2019

D0e acordo com a Portaria nº. 0201/2019/SEED/GAB/RR publicada no Diário Oficial de 11 de fevereiro e divulgada ontem, 13, a Secretaria Estadual de Educação e Desportos (Seed) resolveu designar os servidores que vão compor a Comissão de Reelaboração do Calendário Escolar 2019.

A comissão será presidida pelo secretário-adjunto da Gestão da Educação Básica, Semaias Alexandre Silva, e conta com a participação de membros da própria Seed, da Auditoria do Controle da Rede de Ensino, do Centro Estadual de Educação Profissional, Centro Estadual de Formação dos Profissionais da Educação e do Conselho Estadual de Educação.

Também compõem a comissão membros do Departamento de Desenvolvimento de Políticas Educacionais, Departamento de Educação Básica, Departamento de Gestão Escolar, Divisão de Educação de Jovens e Adultos, Divisão de Educação Especial, Divisão Psicossocial Escolar e a gestão da Escola Estadual América Sarnento Ribeiro.

Representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinterr), Organização dos Professores Indígenas (Opirr), Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Instituto do Desporto de Roraima e a Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes) também compõem o grupo.

Segundo a portaria, a comissão terá como atribuição reelaborar o calendário escolar da rede pública para o ano letivo 2019. A comissão terá até 21 de fevereiro, ou seja, uma semana, para os trabalhos.

O governo citou ainda que o calendário escolar é um “instrumento imprescindível à organização e ao desenvolvimento das atividades escolares em conformidade com as peculiaridades da Educação Roraimense”. (P.C.)

Sinterr afirma que não há data prevista para reunião da comissão

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação, Flávio Bezerra, informou que ainda não há uma data marcada para reuniões com a comissão. No entanto, a expectativa é que a convocação ocorra nos próximos dias.

Segundo Bezerra, a previsão é que o Sinterr apresente propostas para a Comissão do Calendário Escolar 2019, para que sejam respeitadas as decisões dos gestores de cada unidade de ensino.

“A visão do Estado é de engolir os feriados e fins de semana. A gente solicita que se respeite a posição das escolas e seja dada essa liberdade. Que tome as decisões conforme a sua realidade, tanto é que o Colégio Militar conseguiu iniciar as aulas. Não sei se a gente vai conseguir”, acrescentou o presidente. (P.C)