Alunos de escola na Vila Samaúma deixam de assistir aula em protesto

Moradores e pais de alunos da Escola Estadual Nova Esperança, localizada na Vila Samaúma, no Município de Mucajaí, região Centro-Oeste do Estado, denunciaram à Folha a precariedade da unidade de ensino, que atende a cerca de 400 estudantes dos ensinos fundamental, médio e da modalidade de jovens e adultos (EJA).

Segundo eles, apesar de a unidade ter passado recentemente por uma revitalização, ocorrida em dezembro de 2014, os alunos assistem às aulas sob forte calor, pois os ventiladores foram retirados e a instalação elétrica, que é antiga, não comporta as centrais de ar instaladas. “A escola foi reformada no ano passado, a diretora recebeu a escola como se a obra tivesse sido concluída, mas não foi. Os alunos assistem às aulas no calor”, relatou Sandra Gomes, mãe de três estudantes.

Conforme ela, além do problema com a parte elétrica, os alunos estariam sendo obrigados a utilizar um único banheiro, pois os restantes teriam sido interditados logo após a reforma. “Só tem um banheiro para os meninos e para as meninas, mas não tem condição de ser usado dessa forma”, reclamou.

Os estudantes do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) relatam que precisam levar lâmpadas de casa para poderem assistir às aulas, que são realizadas no período noturno. “Não tem lâmpadas nas salas, estão todas queimadas, a instalação elétrica é antiga e não suporta nem ventilador. A maioria dos estudantes querem estudar, mas não tem condições”, disse a mãe, que denunciou que a unidade está funcionando sem pessoal de apoio e somente com duas merendeiras para atender a demanda das centenas de alunos.

Inconformados com a situação, os estudantes organizaram uma manifestação e decidiram paralisar as aulas até que o governo tome providências sobre a situação. “Foi a solução que eles acharam para que alguém olhasse por eles e fizesse algo. É a única escola da vila e esses alunos estão totalmente desassistidos”, frisou Sandra.

GOVERNO – Em nota, o Governo do Estado informou que, com base na reclamação dos alunos, em relação à reforma realizada anteriormente na escola, a Secretaria Estadual de Educação e Desportos (Seed) está realizando uma análise a fim de verificar se a empresa contratada na gestão passada cumpriu com todos os itens previstos em contrato. Caso isto não tenha ocorrido, a gestão irá adotar as providências cabíveis.

“Cabe ressaltar que o Governo do Estado já iniciou processo de recuperação para que todas as 382 escolas da rede pública sejam recuperadas o mais rápido possível, levando em conta as condições de cada unidade de ensino. Oito escolas na Capital e no interior foram recuperadas no primeiro semestre deste ano, com prioridade para cumprimento de TACs (Termos de Ajustamento de Conduta) firmados com o MPRR (Ministério Público de Roraima) na gestão passada, mas que não foram honrados”, frisou.

“Com isso, a rede elétrica das escolas está sendo refeita para suportar a carga das centrais de ar, que foram adquiridas pela gestão passada, sem condições de instalação. Com relação à deficiência de pessoal, até o fim da semana serão enviados dois servidores de apoio e uma merendeira para atender à unidade escolar.

A Escola Estadual Nova Esperança, possui 341 estudantes matriculados no Ensino Fundamental, Médio e EJA (Educação de Jovens e Adultos)”, complementou o governo. (L.G.C)