Cotidiano

Alunos de odontologia desenvolvem ação de conscientização

O que iniciou com um trabalho acadêmico, acabou virando uma campanha de prevenção e tratamento

Acadêmicos de Odontologia da Faculdade Cathedral vêm divulgando, por meio de palestras em escolas, instituições, redes sociais e programas de televisão e rádio, o que é e quais as formas de se prevenir e diagnosticar o bruxismo, uma desordem funcional proveniente pelo vício em ranger e apertar os dentes, que pode desgastar a estrutura dentária ao ponto de deixar dores musculares, o que pode necessitar de cirurgia, além de poder deixar o paciente banguela.

Essa divulgação já vem ocorrendo há mais de um mês, e é fruto de um trabalho coordenado pelo professor Jonathan Amorim, da disciplina de Saúde Coletiva II. O projeto consiste na conscientização da sociedade quanto à importância de cuidados contra o bruxismo.

Um dos grupos, que procurou pela Folha de Boa Vista para ajudar na divulgação, contou que já realizaram palestras em centros religiosos, no Centro de Referência de Assistência Social (Cras), Casa do Pai (Centro de Reabilitação de Dependentes Químicos), além de escolas municipais e estaduais.

“Muitas pessoas, principalmente as mais velhas, não fazem ideia do que é bruxismo. Em uma palestrar no Cras, uma mulher bem idosa disse que gostou da palestra, mas ficou sabendo da disfunção muito tarde, pois já estava banguela. Trabalhamos para evitar exatamente isso, pois a saúde da boca é fundamental e, infelizmente, não é divulgada”, comentou a acadêmica Bruna Muniz.

Já acadêmica Tiêta Silva contou que a ideia de focar na prevenção do bruxismo vem do fato de que a disfunção atinge todas as faixas etárias, tendo a ansiedade, o sedentarismo e a hereditariedade como maiores fatores para isso.

“Meu filho mesmo, aos quatro anos, desenvolveu o bruxismo por causa da ansiedade, e precisou usar uma placa na boca para dormir durante anos. Hoje em dia, aos nove, ele pratica atividades físicas, o que ajuda muito no tratamento. Além do acompanhamento terapêutico, pois o bruxismo está ligado a problemas de ansiedade”, contou.

Halicya Augusta, também do grupo de acadêmicos que desenvolve o trabalho, explicou que o bruxismo é encarado como algo natural pela população, como se não houvesse algo a ser feito para aqueles que já estão com os dentes desgastados.

“A ideia de divulgarmos não é apenas prevenir, mas também mostrar que há tratamento para isso. Não existe uma forma de reconstituir os dentes depois desses pacientes, mas há como trabalhar o físico e emocional para evitar danos piores, que resultem em sintomas mais graves, como o zumbido no ouvido, dor de pescoço, mandíbula, e a necessidade de se fazer um procedimento cirúrgico”, concluiu a acadêmica. (P.B)