Cotidiano

Alunos driblam o cansaço na reta final dos estudos para o Enem

Provas serão aplicadas em dois domingos consecutivos, 4 e 11 de novembro; professores dão dicas para vencer o cansaço

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2018) será aplicado nos dias 4 e 11 de novembro. Falta menos de um mês, estudantes estão cada vez mais afobados e sentindo o cansaço de terem se dedicado o ano inteiro aos estudos, com ou sem ajuda de cursinhos, para realizar a prova mais aguardada do ano. O estudante Reinaldo Padilha, que está no 3º ano do Ensino Médio, vai para a escola pela manhã, faz cursinho de tarde e ainda arrisca estudar madrugada adentro para fixação de conteúdo, por acreditar que possui mais facilidade para estudos de noite.

 

“No início do ano, era muito difícil para mim conciliar o Ensino Médio com o cursinho para estudar, pois ainda faço trabalhos da escola e precisei equilibrar isso com o sono, por exemplo. Entretanto, no meu caso, vejo que estudo melhor no período noturno, o que no começo do ano me matava de manhã cedo. Hoje em dia, já consigo ficar de pé às 6h sem dificuldade, mas foi um processo de adaptação difícil”, afirmou. 

Já Ayron Pontes, de 17 anos, terminou o Ensino Médio e se dedica em tempo integral ao cursinho para conseguir fazer o Ensino Superior em Medicina. Ele conta que, atualmente, sente dificuldade em administrar sua disposição, por acreditar que tenha gastado boa parte dela nos primeiros meses de preparação para o Enem. 

“Gastei muita energia no começo do ano. Fiquei bastante disposto e agora tô sentindo o cansaço. O que é algo que lamento, pois a rotina foi gradativamente ficando desgastante. O que me faz continuar é pensar no futuro como médico, em como estou construindo minha carreira”, contou. 

A estudante Renata Melo, de 21 anos, disse que quanto mais próxima é a data do Enem maior a sua ansiedade. “Ou eu durmo demais, ou não consigo dormir. Já sonhei várias vezes com os conteúdos que estudo e coisas que ainda terei de aprender. Nesse momento, me sinto desanimada, com dor nas costas, o que não esperava para essa altura. Mas ainda estou exercitando meu foco. Pra mim o importante é não per- der o foco”, comentou. 

Professora de Geografia há 15 anos, Fabíola Chaves contou que para evitar a sobrecarga do estudante, nos dias que ante- cedem as provas do Enem, é necessário que ele saiba estudar uma coisa de cada vez, para que não haja acúmulo de conteúdos. 

“A minha principal recomendação é sem- pre estudar o assunto em dia, para evitar que haja acúmulo de material. Eu ajudo principalmente alunos que estudam para Medicina neste sentido, pois são coisas minúsculas que fazem um concorrente ser eliminado. E se o aluno fica sobrecarregado de conteúdos, ele fica mais suscetível a cometer deslizes prejudiciais”, explicou. 

Fabíola explicou que o aluno pode adoecer de muitas formas com o estudo excessivo, em cargas horárias extensas. As principais reclamações de alunos são dores nas costas, enxaquecas e insônia. “Pode haver dores de cabeça, de coluna, visão, pelo ato de for- çar a vista para leitura por muito tempo, além de fígado, por causa do alto consumo de café. Eu digo que o aluno não concilia apenas estudo com tempo livre, mas sim estudo, aula e aí sim tempo livre. A experiência de ver aula dá uma direção para o aluno, e a de estudar faz a prática valer para a fixação de conteúdo. E o aluno ainda precisa dormir e relaxar para não se sobrecarregar”, recomendou. 

Sobre como fazer um cronograma de estudos, a professora ex- plicou que cada aluno precisa sentir, dentro de suas próximas necessidades, quais os horários que ele considera como ideal para estudo, sem que isso faça ele se sentir sobrecarregado. 

“A quantidade de horas necessárias para estudo vai muito do próprio aluno. No cursinho que dou aula, é normal os alunos estudarem no mínimo 9 horas por dia. A carga horária de aula e conteúdo é muito puxada. Eu acredito que vai muito do próprio aluno o que ele considera como carga ideal de estudo e descanso. Mas ele precisa reconhecer que necessita dos dois. Além de saber fazer uma pausa para recuperar o fô- lego em meio a tanta coisa”, comentou. (P.B)