Desde o final do ano passado, o Estado vem atravessando momentos difíceis por conta da estiagem. Além da escassez de água, as queimadas estão cada vez mais intensas, destruindo áreas de lavrado, florestas e áreas de preservação ambiental. Para evitar que a situação fique ainda pior, agentes da Defesa Civil de Roraima passaram a receber auxílio do Estado do Amazonas. Eles estão elaborando ações conjuntas para o enfrentamento dos incêndios no Estado.
Conforme o secretário-Executivo da Defesa Civil roraimense, estão sendo formuladas estratégias para o monitoramento técnico dos focos de incêndios e treinamento de servidores que atuarão no combate às chamas.
“Três bombeiros que atuam no Amazonas, na parte de Defesa Civil, vão ficar aqui até hoje para nos auxiliar em toda parte de documentação e treinamento de pessoal, justamente para tratar da situação de emergência que o Estado enfrenta”, afirmou.
Essa não é a primeira vez que o estado vizinho auxilia Roraima. Em 2011 e 2015, os órgãos já trabalharam em conjunto para minimizar os efeitos do clima no Estado. No entanto, diferente dessas ocasiões, as perspectivas do clima apontam situação ainda pior para 2016, o que reforça ainda mais o cuidado com desastres ambientais. “Temos pessoal qualificado para orientações técnicas em reconhecimento de decretos federais e transferência de recursos, medidas que podem agilizar o socorro às famílias”, enfatizou o secretário da Defesa Civil do Amazonas, coronel F. Junior.
Dos 15 municípios do Estado, 13 já decretaram situação de emergência por causa da estiagem. A exceção fica apenas para Uiramutã e Boa Vista. Mais de 81 mil pessoas já estão sendo afetadas. Além dos agentes da Defesa Civil amazonense, as estratégias contaram ainda com a presença de João Geovane, técnico civil do Centro Nacional de Gerenciamento de Queimadas (Cenad).
“Esse técnico é uma das pessoas que trabalham na emissão dos pareceres para a solicitação de recursos. Isso é de grande relevância, uma vez que recebemos todas as orientações necessárias. Será possível trabalhar de forma planejada na execução de ações de combate à estiagem, sabendo exatamente em quais ações esses recursos podem ser empregados”, destacou Ferreira.
Órgãos ambientais se mobilizam
Para evitar ainda mais danos à fauna e à flora, órgãos ambientais decidiram unir forças contra as queimadas. Desde a semana passada, policiais da Companhia Independente de Policiamento Florestal (Cipa) da Polícia Militar estão acompanhando as ações desempenhadas por fiscais ambientais em todo o Estado.
De acordo com a PM, as atividades de fiscalização estão ocorrendo em parceria com órgãos como Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama), Corpo de Bombeiros e Defesa Civil. Os alvos prioritários estão sendo os municípios de Iracema, Centro-Sul; Mucajaí, Centro-Oeste; os municípios do Sul do Estado (Caracaraí, Rorainópolis, São Luiz do Anauá, São João da Baliza); e Caroebe, a Sudeste.
“Estamos em ação conjunta com órgãos fiscalizadores para reprimir e conter os focos de incêndios. A prioridade são as regiões mais afetadas, que, segundo o monitoramento feito pela Defesa Civil, estão localizadas principalmente no Sul do Estado. Porém, estaremos atuando onde forem detectados os maiores índices de queimadas”, disse o comandante da Cipa, major Ademildo José Barreto Magalhães.
Vale destacar que, por conta do agravamento do clima, o calendário de queimadas autorizadas da Femarh teve de ser suspenso. No entanto, muitos produtores ainda insistem em realizar a queima. Para ajudar nos trabalhos das equipes, o cidadão pode fazer sua denúncia, entrando em contato pelos telefones 193 e 190.
Na próxima semana, a PM estará reforçando as ações nos municípios do interior, disponibilizando mais 50 policiais militares, para atender uma demanda solicitada pelo Corpo de Bombeiros. (M.L)