Cotidiano

Ambulantes esperam movimento maior que em 2018

Montagem dos pontos de vendas já iniciou em cemitério da zona sul da capital, sob boas expectativas de vendas

AYAN ARIEL

Editoria de Cidades

No próximo sábado (2) será celebrado o Dia dos Finados e tradicionalmente uma semana antes, a venda de decorações para túmulos e capelinhas iniciam. Vasos, arranjos e coroas de flores são itens vendidos anualmente por ambulantes nos arredores dos dois cemitérios da capital, localizados nos bairros São Vicente e Centenário.

A equipe da Folha foi ao Cemitério Municipal Nossa Senhora da Conceição, no bairro São Vicente, e percebeu que o movimento ainda está tímido e as barracas ainda estão sendo montadas pelos vendedores.

Um desses vendedores é Teresa Elias de Souza, de 60 anos, que trabalha há 24 anos no local. Ela relatou para nossa equipe que estava desde a última quinta-feira (24) a espera de clientes, mas que somente agora que as vendas começam a aumentar, já que elas ainda estavam mornas.

“Eu espero que supere o ano passado, pois em 2018 foi bem ruim, já que tinha aquela situação de o povo estar sem dinheiro e não poder comprar, então eu espero o melhor para esse Dia de Finados”, contou Teresa.

O baixo movimento também é uma das preocupações de Elzaídes Alves dos Reis, de 76 anos. Trabalhando há dez anos no local, a ambulante reparou que o movimento dessa segunda-feira (28) estava mais fraco que o dos anos anteriores e acredita que a falta de dinheiro e o sol quente sejam alguns fatores que pesam no mal início das vendas. Mesmo assim, ela se mantém positiva.

“Daqui pra frente os outros vendedores vão terminar de montar as barracas e as pessoas vão aparecer até o sábado, então a gente sempre espera vender mais, como todo ano. Sem contar que ano passado a gente teve que conseguir renda por fora pra compensar, né?” conclui Elzaídes.

OUTROS SERVIÇOS – Para preparar os túmulos de seus entes queridos para o Dia dos Finados, os visitantes requisitam serviços de limpeza e manutenção. Várias pessoas tiram desse serviço uma boa parte de sua fonte de renda. Uma delas é o venezuelano Ivan Jesus, de 25 anos, que trabalha há três anos com a manutenção dos lotes do cemitério.

“Esse ano o movimento está bem fraco e acredito que seja falta de dinheiro, ou a pessoa está fazendo por conta própria, e isso sai mais barato que contratar o nosso serviço aqui. Acredito que não irei conseguir muito mais coisa até sábado”, lamentou o pedreiro, que acredita que o movimento está mais fraco que o de 2018.

Ambulantes investem em flores para a data


As coroas de flores estão sendo vendidas a preços populares (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Os preços praticados pelos vendedores estão em níveis populares, como visto em rápida pesquisa da nossa equipe nas barracas já montadas na entrada do cemitério. Um vasinho de flores pode ter preço variando entre R$ 5 e R$ 40 e, em algumas, o vaso grande pode custar até R$ 100. Já arranjos e coroas de flores têm preços variáveis entre 15 e 150 reais, dependendo de modelo e tamanho.

Nas floriculturas da capital, é trabalhada a venda das mais variadas espécies de flores para esta data comemorativa. Durante a pesquisa de preços encontramos flores sendo vendidas em uma loja especializada no Centro, com custos variados: uma coroa de flores custa R$ 100, enquanto o vaso vale, no mínimo, R$ 35 e o preço do arranjo parte de R$ 25.

Gerente da loja, Tássia Mello aponta as dificuldades para se vender flores no cemitério. “Para vender dentro do cemitério, teríamos que ter custos elevados, como cadastro na Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (EHMUR), ter gasto com a conservação das flores, já que a exposição ao sol prejudica as flores e a montagem da estrutura. Isso tudo tem seus custos e complica montar uma logística fora da loja”, explica Tássia.