“Nunca sonhei em ser mãe, mas acredito que a maternidade já estava predestinada na minha vida. Hoje, ao olhar para as minhas filhas, sinto que foi a melhor coisa que fiz até hoje. O amor falou mais alto”, ressalta Kênia Oliveira, 39 anos, ao falar com emoção da experiência de ser mãe de duas crianças adotivas.
À FolhaWeb, a autônoma revelou a paixão pelas pequenas Victória, de 10 anos; e Anna Sofia, de apenas quatro meses. A adoção foi motivada por um problema muito comum entre as mulheres que encontram na ação o desejo pela maternidade: as dificuldades para engravidar.
“Meu marido e eu tentamos por diversas vezes e nesse período nós já tínhamos a Vicky (Victória), que de afilhada acabou que virando uma filha para mim. Apesar disso, sempre tivemos o desejo de ter a nossa sementinha no mundo, até que uns dois anos atrás consegui engravidar. Infelizmente tive um aborto espontâneo em decorrência de uma trombose adquirida, Depois disso, já tinha até perdido as esperanças, até conhecer a Anna, que atualmente é a minha dedicação máxima”, relatou.
De acordo com ela, um dos primeiros desafios da nova rotina foi lidar com a opinião de algumas pessoas. A princípio, alguns amigos não curtiram a decisão por acreditar que a adoção vai contra preceitos biológicos, no entanto, seu coração já estava cheio de amor por Anna.
“Algumas pessoas não foram favoráveis no começo. Falavam da questão da família biológica, mas ao conhecer a Anna Sofia, senti algo mágico, um sentimento que é difícil de explicar. Ela seria entregue para a adoção, já que a mãe disse que não a queria. Aquilo acabou me tocando muito e fiquei me perguntando por que uma mãe abandonaria seu filho. Hoje, considero-me mãe dela e da Vicky desde o dia em que as coloquei nos meus braços e nada no mundo dirá o contrário”, salientou.
De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), cerca de 5.500 crianças encontram-se em condições de serem adotadas e quase 30 mil famílias estão na lista de espera do Cadastro Nacional de Adoção (CNA). O país possui atualmente 44 mil crianças e adolescentes vivendo em abrigos, um número que poderia ser menor, não fosse a burocracia para se obter a tão sonha guarda definitiva.
No caso de Kênia, os processos de adoção de ambas as meninas ainda estão na justiça, uma questão que deve terminar este ano. “Amo incondicionalmente as minhas filhas e ainda tenho o sonho de adotar um menino. A adoção é o maior gesto de humanidade que uma pode ter”, concluiu.