Aumenta em Roraima o número de animais silvestres que retornam à natureza. Do total de animais apreendidos, 78% conseguem se recuperar e voltam ao habitat natural. A maioria é pássaros, primatas e quelônios. O tratamento e a readaptação ocorre no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), no bairro Cidade Satélite, zona Oeste, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Responsável pelo Cetas, o veterinário James Rodrigues de Souza informou que o órgão trata, em média, 600 animais por ano. Atualmente, são 146 animais em processo de reabilitação. A média de tempo do tratamento varia de acordo com a espécie e o dano sofrido pelo animal.
“A maioria é papagaio, araras e jabutis, mas ontem [dia 5] soltamos algumas cobras. Também já vão retornar à natureza três macacas-aranha e um guariba. Os animais geralmente chegam aqui maltratados. Muitos pássaros chegam com asas quebradas ou cortadas”, lamentou.
O veterinário lembrou que o Cetas recebe mais animais no tempo de seca, com as queimadas em todo Estado. “É quando o número de animais apreendidos ou resgatados aumenta. Na maioria dos casos, o fogo os expulsam das matas e lavrados, e eles acabam chagando a áreas habitadas. Então, fazemos o resgate.”
O Ibama dispõe de dois números para denúncia: 40099400 e 0800618080, a Linha Verde. Mas o veterinário disse que o cidadão também pode entregar o animal de forma voluntária. Ele lembra que criar animal silvestre sem autorização é crime ambiental passivo de multa e até detenção.
“A lei é federal. É proibido ainda pescar ou caçar animal silvestre sem autorização de órgão ambiental. É crime e a pena varia de acordo com a espécie do animal, da quantidade e de outras circunstâncias do caso”, observou.
Para combater os crimes ambientais, o Centro trabalha em parceria com a Companhia Independente de Policiamento Ambiental (Cipa) da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Secretaria Municipal do Meio Ambiente e outros órgãos que tratam da questão ambiental. O Cetas conta ainda com um veterinário, dois tratadores e uma equipe de apoio.
Para evitar o crime ambiental, o veterinário ressaltou que o Cetas faz campanhas educativas em escolas da Capital e do interior do Estado. As palestras servem para conscientizar o público sobre a importância dos animais viverem em seu habitat natural. (AJ)