Ano letivo começa hoje e terá aulas de reposição em 9 sábados

O Governo de Roraima começa, nesta segunda-feira, 23, as aulas na Rede Estadual de Ensino, apesar de o processo de aquisição de gêneros para alimentação escolar estar em fase final de tramitação e parte das escolas da rede de ensino ainda passarem por trabalhos de reparos na estrutura elétrica e hidráulica, além de pinturas e da organização da lotação de professores.
O novo Calendário Escolar 2015, elaborado pela Secretaria Estadual de Educação e Desportos (Seed), apresenta 201 dias letivos e com aulas aos sábados. Segundo nota da Secretaria de Comunicação do Governo do Estado, a decisão de ter aulas aos sábados é para que seja cumprido o mínimo de 200 dias letivos estabelecidos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
A Seed alega que será necessária a utilização de um sábado por mês – começando este mês e indo até outubro – visando evitar qualquer prejuízo intelectual ao alunado.
Segundo dados do Censo Escolar 2014, em Roraima, somente na rede estadual de ensino são 380 escolas e 74.431 alunos matriculados. Na Capital, são 42.037 alunos. No interior, são 18.233 alunos, sendo 12.035 nas sedes administrativas dos municípios e 6.198 alunos na zona rural. Na área indígena, são 14.161 alunos matriculados.
DATAS – De acordo como calendário divulgado pela Seed, o primeiro bimestre letivo 2015 será de 23 de fevereiro a 30 de abril, contabilizando 49 dias letivos. O segundo bimestre vai de 02 de maio a 07 de julho, também com 49 dias. O recesso escolar está previsto para o período de 08 a 22 de julho.
O terceiro bimestre será o mais longo, com 52 dias, e vai de 23 de julho a 30 de setembro, e o quarto bimestre será de 1º de outubro a 17 de dezembro, com 51 dias letivos. A recuperação final, para os estudantes que não alcançarem a média escolar durante o ano, será de 18 a 23 de dezembro. E as férias escolares estão previstas para o período compreendido entre 24 de dezembro de 2015 e 22 de janeiro de 2016.
SELETIVO – Em Boa Vista, a Seed finalizou a lotação dos professores para as 58 unidades escolares. Nos outros 14 municípios, serão realizados processos seletivos para a contratação temporária de docentes. O edital está em fase final de elaboração e na próxima semana será divulgado, sem causar prejuízo intelectual ao alunado.
Na área indígena, 1.186 professores indígenas foram reconduzidos e um novo seletivo será feito para contratação temporária de pouco mais de 200 docentes indígenas.
REPAROS – Na Capital, quatro escolas se encontram em reforma desde a gestão passada do governo: 13 de Setembro, Elza Breves de Carvalho, Maria das Neves Resende e Severino Cavalcante.
Em razão das condições físicas das unidades de ensino da Capital, a atual gestão iniciou um trabalho de recuperação emergencial em 15 escolas de Boa Vista: Albino Tavares (zona rural de Boa Vista), Luiz Rittler Brito de Lucena (Nova Cidade), Carlos Drumond de Andrade (Pricumã), Euclides da Cunha (Centro), Maria Raimunda Mota de Andrade (Pintolândia), Vanda David Aguiar (Raiar do Sol), Raimunda Nonato (Santa Tereza), São José (Centro), Carlo Casadio (Cinturão Verde), Maria de Lourdes Neves (Silvio Leite), Maria dos Prazeres Mota (Santa Tereza), Jesus Nazareno (Caranã), Voltaire Pinto (Silvio Leite), Diva Lima (São Francisco) e Vanda da Silva Pinto (Santa Luzia).
Nessas escolas, os serviços contemplam a área elétrica, hidráulica e pintura em geral, como também substituição de alguns itens danificados. A Seed ressalta que os reparos continuam mesmo que as aulas tenham começado, porém, sem atrapalhar o andamento das atividades pedagógicas. (R.R)  

Reposição de aulas aos sábados

Mês

Data

Fevereiro

28

Março

14

Abril

11

Maio

09

Junho

20

Julho

04

Agosto

08

Setembro

26

Outubro

24

Escola Severino Cavalcante tem início do ano letivo adiado devido à obra inacabada
O ano letivo da Escola Estadual Severino Cavalcante, localizada no bairro Pintolândia, zona Oeste, não inicia hoje, 23, em desacordo com o retorno de todas as unidades de ensino do sistema estadual. A informação foi repassada pela Secretaria Estadual de Educação e Desportos (Seed), que destacou ainda não haver uma data prevista para o início das aulas.
De acordo com a Seed, o motivo para o adiamento é a reforma do prédio, em execução desde julho de 2014 e que não foi finalizada a tempo. “A reforma na Escola Estadual Severino Cavalcante iniciou na gestão do governo anterior e não foi concluída. Diante disso, as aulas nessa unidade de ensino não vão iniciar hoje”, reforçou a Seed por meio de nota.
Quanto ao atraso sofrido pelos alunos matriculados na unidade, a secretaria explicou que está sendo elaborado um calendário escolar diferenciado, também sem prazo para ser divulgado. “Elaboraremos um calendário escolar diferenciado, de forma que não cause prejuízo intelectual ao alunado”, frisou.
ATRASO – De acordo com Diário Oficial de 12 de fevereiro deste ano, a Secretaria de Infraestrutura (Seinf) suspendeu a execução da obra de reforma geral da Escola Estadual Professor Severino Cavalcante, de responsabilidade da empresa B. K. CONSTRUÇÃO COMÉRCIO LTDA. O período de suspensão era de 11 de novembro de 2014 a 8 de fevereiro de 2015. Após este período a obra foi retomada, mas em um ritmo mais lento, o que interferiu no prazo de conclusão e, consequentemente, no retorno escolar.
No início deste ano, a Seed informou que o prazo do encerramento das obras da Escola Severino Cavalcante estava previsto para o dia 17 de fevereiro, seis dias após o prazo dado pela Seinf para o retorno das obras, contudo, em uma visita realizada pela reportagem da Folha, no sábado passado, 21, foi possível constatar que a reforma ainda está em andamento. Questionada sobre a data para conclusão da obra, a secretaria não se pronunciou.
ALUNOS – Os alunos da unidade se mostraram preocupados e aflitos com a reforma inacabada e com o atraso no retorno às aulas. De acordo com eles, com o anúncio, o ano letivo de 2014 demorará mais para ser concluído, pois ainda faltam 12 dias letivos pendentes. 
ESTRUTURA – Em uma visita realizada à escola pela equipe de reportagem, foi constatado apenas dois trabalhadores no local. Além disso, é possível ver montes de cadeiras empilhadas, diversos materiais de construção expostos, o que demonstra uma reforma ainda longe do término. “É possível ver até pregos espalhados pelo pátio, que está muito sujo. Há uns pedaços de tábuas que ficam espalhados por lá”, disse um aluno, frisando que não há meios de recompor o calendário sem prejuízos aos alunos. 
“Com certeza, nós vamos ter aula aos sábados para poder pagar esses dias sem. Ninguém gosta disso. Queríamos que fosse no tempo normal mesmo, só nós alunos que saímos prejudicados com tudo isso”, concluiu.