AYAN ARIEL
Editoria de Cidades
Um estudo realizado pela Universidade Federal de Roraima, sobre a possibilidade de haver petróleo e gás natural na bacia geológica do Rio Tacutu, que se estende de Roraima até o Oceano Atlântico, foi credenciado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Bicombustível (ANP) a continuar os trabalhos sobre o potencial.
Isso significa que a entidade universitária, por meio do Instituto de Geociências (Igeo), poderá também receber recursos de qualquer empresa que trabalhe com a exploração desses recursos naturais.
Coordenador da iniciativa, o professor de geologia Vladimir de Souza ressaltou que só o fato de haver a pesquisa já abre um leque de interesses. A pesquisa de recurso natural é, segundo ele, uma das mais cobiçadas no planeta.
“É um estudo de ponta e teremos metodologias de desenvolvimento e inovação, além de possibilitar que outras empresas participem. Para o estado, hoje, será uma injeção de auto-estímulo e ânimo muito grandes. Se achássemos alguma coisa, teríamos um impacto inimaginável em toda a camada econômica do estado e do país também, porque haveria outra reserva em uma área terrestre”, afirmou Souza.
Com o credenciamento concedido pela ANP, inicia-se a fase de viabilização do projeto junto à Petrobrás, onde será feita a adequação do projeto e orçamento. “Assim que terminar essa fase, é enviada de volta a proposta para a viabilização de fato, conforme a nossa formatação junto à Petrobrás”, acrescentou.
TEMPO DE TRABALHO – Sobre o tempo que durará esse estudo de petróleo e gás natural na bacia que se estende ao longo de vários municípios do Estado, o vice-coordenador da iniciativa, Carlos Eduardo Lucas Vieira, explicou que, originalmente, o estudo teria quatro anos de duração, mas foi diminuído para dois anos.
“Essa decisão foi tomada por questões de logísticas da UFRR, até mesmo para conseguirmos mais coisas e podermos nos inscrever nas próximas levas de financiamento. Mas é importante deixarmos claro que temos a possibilidade de estendermos esse estudo por muitos anos, porém depende muito de ter ou não uma mudança política”, contou Vieira.
O coordenador da iniciativa afirmou que esse estudo não envolve somente o curso de geologia, mas outras áreas de conhecimento, como Geografia, Química, Física, Computação, entre outras, que atuarão nesse projeto. Pesquisadores e até alunos da UFRR estarão envolvidos.
Por fim, Souza frisou que, como a Guiana é protagonista da descoberta mais recente de petróleo, existe a possibilidade de haver o recurso na bacia do Rio Tacutu.
“Essa bacia é bem estratégica, pois tem sido olhada com bons olhos fora do estado e a perspectiva é muito boa, até mesmo por conta do nosso estudo. Para nós, receber esse convite é muito importante, pois mostra a importância da UFRR e do curso de geologia. Fora que há relação direta com o que está acontecendo lá fora”, finalizou.