Cotidiano

Anuário aponta falta de 388 vagas no sistema prisional em Roraima

Conforme o documento, 40% dos detentos se envolveram em delitos relacionados a drogas e cerca de 50% têm idade de 18 a 29 anos

De acordo com o 8º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na terça-feira, 11, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Estado de Roraima apresenta um déficit de 388 vagas no sistema prisional. O documento ainda aponta que pouco mais de 40% dos detentos estão encarcerados por delitos relacionados a entorpecentes e que cerca de 50% da população carcerária tem entre 18 e 29 anos. 
Conforme o documento, a população carcerária do Estado reduziu em 2013 em relação a 2012. Em 2012, havia 1.769 detentos divididos nas unidades prisionais de Roraima. No ano seguinte, este número baixou para 1.528. Apesar da redução de 13,62% em dois anos, o sistema continuou com déficit de vagas. Em 2012 eram necessárias 663 vagas a mais. Já em 2013 este número reduziu para 388.
Outro dado apontado pelo anuário é a idade da população carcerária. Em Roraima, 23,5% dos detentos têm entre 25 e 29 anos. Já os jovens entre 18 e 24 anos representam 21,9% deste universo. Os de 35 a 45 anos somam 20,4%, seguidos dos da faixa etária de 30 a 34, com 20,4%. Apenas 12% deles têm mais de 45 anos.
Em 2013, a quantidade de detentos cumprindo pena pelo crime de tráfico de entorpecentes era de 637, ou seja, 41,6% da população carcerária. Na segunda posição aparecem os que cumprem pena por crimes contra o patrimônio público, representando 29,4% do total.
Na sequência, os delitos mais cometidos são: crimes contra a pessoa, crimes contra os costumes, crimes contra a paz pública, estatuto do desarmamento, crimes contra a administração pública, Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei Maria da Penha, crimes contra o meio ambiente, crimes contra a fé pública e genocídio. 
Ainda conforme o documento, em 2012, 89,6% da população carcerária era composta por homens e apenas 10,4% por mulheres. Já em 2013, a quantidade de mulheres reduziu para 9,4% e a de homens aumentou para 90,6%.
Conforme o anuário, o sistema prisional está sobrecarregado de detentos cumprindo pena por delitos relacionados a entorpecentes, incidindo com maior força sob os jovens em situação de vulnerabilidade. “Haverá disposição para se abrir o necessário diálogo sob mudanças no tratamento da questão, com o exame de alternativas como a descriminação e o uso de políticas de redução de danos?”, indaga o documento. (I.S)