Apagão foi por causa de raios na Venezuela

Moradores de Boa Vista e de mais nove municípios do interior do Estado ficaram sem energia elétrica, por cerca de 20 minutos, na noite desta terça-feira, 14. Segundo o gerente do Departamento de Operação, Manutenção e Geração da Eletrobras Distribuição Roraima, Jocely Ferreira Lima, o motivo do blecaute foi uma descarga atmosférica no linhão de Guri, na Venezuela, ocorrida a cerca de 180 quilômetros de Boa Vista. A informação foi confirmada pela Eletronorte.

Segundo ele, o problema ocorrido não é de competência da Eletrobras, mas da empresa Eletronorte, que é responsável pelo contrato da energia vinda da Venezuela para Roraima. “Essa informação é da própria Eletronorte. Como somos responsáveis para repassar essa energia para o consumidor, nós fazemos o atendimento e damos as explicações ao cliente”, frisou.

Quanto ao fato de as usinas termelétricas, recém-inauguradas pela Eletrobras, não terem sido acionadas para suprir a falta de energia, suportando a carga de modo a não deixar o consumidor no escuro, o gerente disse que, no momento do acorrido, a geração das termelétricas não iria segurar a carga. “Quando acontece um desligamento desse porte, a geração não vai conseguir segurar toda a carga demandada naquele momento, até porque, no momento do ocorrido, embora tivesse geração do sistema termelétrico, a maior demanda era da Venezuela e a nossa geração não conseguiu segurar todo sistema”, explicou.

Segundo Jocely Lima, com o problema no linhão de Gui, as usinas desligaram e houve o blecaute, ocorrendo espera de 20 minutos para ser restabelecido o fornecimento. “É de praxe na nossa programação, em caso de blecaute no linhão da Venezuela, esperar até 20 minutos para restabelecer o fornecimento através do Parque Térmico e assumir o fornecimento. Mas houve esse comunicado, por parte da Eletronorte, de que o fornecimento seria restabelecido antes desse prazo, e em 15 minutos a linha foi energizada, em pouco mais de 22 minutos toda Boa Vista já estava energizada”, afirmou.

Além de Boa Vista, os nove municípios que também foram atingidos pelo apagão foram: Alto Alegre, Rorainópolis, Caracaraí, São Luiz do Anauá, Iracema, Mucajaí, Cantá, Bonfim e Normandia, os quais são abastecidos pela energia venezuelana.

OSCILAÇÃO – Sobre a queda de energia acontecida na tarde de terça-feira em Boa Vista, Jocely Lima informou que foi um fato isolado que ocorreu em alguns bairros da Capital e que não teve relação com a geração de energia das termelétricas e nem com o linhão da Venezuela. “Na hora, como não era horário de pico, não estávamos operando com as térmicas, só com a energia da Venezuela. Se tivesse com geração de nossa energia nesse momento, teria segurado e minimizado o problema”, disse.

Quanto à queda de energia ocorrida na manhã de ontem, que durou cerca de quatro minutos, ele explicou que foi ocasionada por trabalhos realizados pela Eletronorte durante manobras na subestação de Monte Cristo, na zona rural de Boa Vista.

“Durante essa manobra, houve saída de um equipamento que causou um afundamento em todo sistema e desligou a cidade, afetando um transformador no Centro, e desligou quatro alimentadores, deixando cerca de dez mil consumidores sem energia durante quatro minutos”, disse. “Estes dois problemas foram oriundos do sistema supridor na Eletronorte e não tiveram nada relacionado ao parque térmico ou na distribuição, mas no sistema supridor que é de responsabilidade da Eletronorte”, frisou. (R.R)

PROBLEMAS – O gerente do Departamento de Operação, Manutenção e Geração da Eletrobras Distribuição Roraima, Jocely Ferreira Lima, ressaltou que nem todos os problemas que acontecem na distribuição de energia estão relacionados às termelétricas, mas que as interrupções de fornecimento pontuais em locais específicos da cidade são decorrentes de vários outros fatores, entre eles citou acidentes de trânsito, árvores na rede, manobras e outros, como descargas atmosféricas, por exemplo, quando a empresa atua imediatamente para restabelecer o fornecimento, como o ocorrido em alguns bairros.

“A nossa rede elétrica é exposta e está sujeita a abalroamento num poste, quedas de árvores na rede, descargas atmosféricas e outros. Não se pode associar estes problemas pontuais à geração da energia nas termelétricas. Hoje já melhoramos bastante os afundamentos e oscilações de energia na rede, e a tendência é melhorar mais ainda”, frisou. (R.R)