Elaborado a partir de um estudo feito em diversas regiões do Estado pela Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros, o projeto de instalação de 77 câmeras de monitoramento que auxilia o trabalho policial em Roraima passa por problemas. Há quase oito anos em funcionamento, do total de câmeras instaladas, apenas oito estão em funcionamento, o que representa 10%.
O titular da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), delegado Francisco Araújo, explicou que a maioria dos problemas envolvendo as câmeras está relacionada à manutenção dos equipamentos. Ele pontuou que a Sesp tem problemas junto a empresa responsável pelo trabalho e, pela falta de empresas especializadas em Roraima, a manutenção está sendo feita por uma equipe do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciops), da própria Secretaria de Segurança Pública.
Um dos principais problemas apontados por Araújo é o caso dos acidentes envolvendo queda de postes, que compromete a manutenção da fibra ótica e das caixas herméticas, e as quedas de energia. Além disso, ele ressaltou as dificuldades financeiras para efetuar o serviço. Contudo, o chefe do Ciops, Cláudio Vieira, reforçou que um técnico do setor está realizando a manutenção nas ruas. A previsão é que mais 10 câmeras voltem a funcionar ainda esta semana.
Conforme o estudo feito pelos órgãos de segurança do Estado, as câmeras foram instaladas em diversos pontos da capital e do interior, para auxiliar o trabalho policial. Ciente da importância das ferramentas, o secretário informou que está cogitando abrir uma nova licitação, mas que a medida levaria tempo. “Estamos cogitando alternativas de manutenção, já que a empresa responsável não está fazendo”, disse Araújo.
O chefe do Ciops ressaltou que as câmeras são relevantes na hora de flagrantes, principalmente em bairros mais afastados do Centro. “Os bandidos não cometem crimes em determinados locais, pois sabem da existência das câmeras”, comentou. Entretanto, o secretário apontou que após a instalação das câmeras em determinados locais, os crimes passaram a ser cometidos em outros lugares, onde novas câmeras deveriam ser instaladas. Para ele, o Estado precisaria de 500 câmeras de monitoramento.
Araújo garantiu que a Sesp está trabalhando na possibilidade da contratação de uma nova empresa, por meio de licitação, e de outras formas de manutenção. Enquanto isso, o Ciops continua realizando a manutenção nas câmeras da capital e do interior do Estado.
EFICÁCIA – Apesar do quantitativo de câmeras funcionando no Estado, o titular da Sesp garantiu que as câmeras são eficientes para o trabalho policial. Com operadores específicos para o trabalho de monitoramento, ele explicou que o serviço é realizado 24horas. No caso de uma atividade suspeita, Araújo explicou que o operador aproxima a imagem e automaticamente aciona o 190 para informar o que está acontecendo. “Se um carro é roubado na capital e sai da cidade, temos as câmeras do interior para saber. Se ele passar por Caracaraí, por exemplo, a gente vê o horário e o dia que ele transitou para avisar as autoridades”, pontuou.
NAS PRAÇAS – Pelo mesmo projeto lançado em 2010 pelo governo do Estado, mais 21 câmeras seriam instaladas em três praças públicas localizadas na zona oeste: Mané Garrincha, no bairro Tancredo Neves; na Praça do Cambará, localizada no bairro de mesmo nome; e na Praça Germano Augusto Sampaio, no bairro Pintolândia. Nesses locais, o monitoramento das câmeras seria feito de um micro-ônibus, com o apoio de duas motocicletas.
Conforme o chefe do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciops), Cláudio Vieira, o monitoramento nas três praças está em funcionamento normal. “As pessoas não conseguem nem ver, mas o bandido vai passar pelas vias principais, então a gente consegue pegar a imagem pelas câmeras. Além do tráfico de drogas, que é muito presente nesses locais”, finalizou. (A.G.G)