Cotidiano

Apenas 1,3% da população roraimense doa sangue regularmente

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), Roraima está com um percentual abaixo da média, que prevê que 3% a 5% da população de cada estado faça doações constantes

Segundo informações do Hemocentro de Roraima (Hemoraima), com quase 500 mil habitantes, Roraima conta com aproximadamente 1,3% da população como doadora regular de sangue.

Esse percentual aponta que o Estado está abaixo da média estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que prevê que 3% a 5% da população de cada estado faça doações constantes.

De acordo com o Hemoraima, é muito comum a comoção em prol de pessoas próximas, como familiares, amigos e vizinhos, porém, quando se trata de alguém distante ou desconhecido, a prática desta palavra se torna uma ação de poucos.

Atualmente, o banco de dados da unidade tem 48.691 doadores cadastrados, porém apenas 6.499 são voluntários frequentes. As mulheres podem doar a cada três meses, e os homens a cada dois, mas a maior parcela de cadastrados no Hemocentro doa apenas uma vez.

De acordo com a assistente social do setor de captação do Hemocentro, Rafaela Pessoa, a maioria das doações realizadas na unidade é nominal, ou seja, o candidato procura o Hemocentro para doar sangue para determinado paciente que se encontra em um hospital e necessita de sangue para realização de procedimento cirúrgico. “É um gesto louvável, mas qualquer pessoa está sujeita a precisar de sangue algum dia na vida, por isso é importante que a doação seja um hábito constante”, afirmou.

Para ajudar a manter o estoque, a unidade conta com a parceria de diversas instituições. Como o sangue possui data de validade, essas doações ocorrem de forma expressiva, mas distribuídas por dias, para evitar o desperdício e manter o estoque sempre em nível satisfatório. “O Hemocentro é muito grato às parcerias firmadas com instituições que regularmente promovem o incentivo à doação e trazem novos doadores”, disse ela ao citar os militares, as instituições religiosas e organizações sociais como parceiros importantes para abastecer o estoque da unidade.

MAIS COMUM

A maioria da população de Roraima possui o sangue ‘O’ positivo. Isso explica o motivo das constantes baixas no estoque da unidade para este tipo, pois, por ser o mais comum, é consequentemente o mais requisitado durante as cirurgias eletivas. Os fatores negativos são os mais raros e também estão frequentemente com um número reduzido de bolsas no estoque. “Se a população se dispuser a doar habitualmente, problemas de baixa no estoque podem ser evitados”, comentou Rafaela Pessoa.

O Hemocentro é responsável pela coleta, armazenamento e distribuição do sangue, bem como pelo abastecimento de todas as agências transfusionais do Estado, tanto as públicas, quanto as privadas. Para isso, este sangue precisa chegar à unidade por meio de doação.

A unidade realiza campanhas de incentivo no decorrer do ano e também faz várias convocações de doadores com o propósito de manter regular o banco de sangue e suprir a demanda do Estado. “A parceria da sociedade é extremamente essencial para o bom fluxo de trabalho da unidade”, enfatizou.

FUNCIONAMENTO

O horário de funcionamento do Hemoraima, localizado na avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, 3.418, bairro Aeroporto (próximo ao HGR), é das 7h30 às 12h e das 13h30 às 18h, de segunda a sexta-feira. No ato, o doador pode solicitar uma declaração para apresentar no trabalho e justificar a ausência.

COMO DOAR

Para ser doador, a pessoa deve estar saudável, ter idade entre 16 e 69 anos e peso acima de 50 quilos. No ato, a pessoa precisa apresentar documento com foto, emitido por órgão oficial válido em todo o território nacional.

Não se pode doar sangue em jejum e a é necessário repouso mínimo de seis horas na noite anterior à doação. O doador tem que evitar cigarro por pelo menos duas horas antes da doação e não ingerir bebida alcoólica nas 12 horas anteriores à doação e evitar ingerir alimentos gordurosos.

A cada doação, o máximo de sangue retirado é de 450 ml e o mínimo de 300 ml. Uma doação pode ajudar de duas a quatro pessoas. Amostras do sangue colhido são encaminhadas para exames que detectem infecções e doenças como sífilis, hepatite B e C, Chagas, HTLV I e II. Todos os resultados são encaminhados ao doador. O processo, que segue normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é seguro e não causa nenhum dano à saúde.