Cotidiano

Apenas 52% das adolescentes tomaram a segunda dose

Em Roraima, 16.100 meninas deveriam ser vacinadas; meta era vacinar 80% do público-alvo

Para garantir 100% de proteção, as meninas que se vacinaram contra o HPV (Papiloma Vírus Humano) na primeira campanha, em março de 2014, teriam que tomar a segunda dose durante a etapa que ocorreu em setembro. Mas em Roraima o resultado foi diferente, conforme apontam os números do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI).
Em Roraima havia 16.100 meninas para serem vacinadas, conforme matéria publicada no site do Ministério da Saúde, cuja meta final era vacinar 80% deste público-alvo. Na primeira etapa, esse número chegou próximo. Os dados mostram que a segunda dose ficou muito abaixo do esperado. Enquanto na primeira etapa 15.280 meninas de 11 a 13 se vacinaram, apenas 8.769 tomaram a segunda dose. Isso representa uma diferença de 52%. A vacina era obrigatória para as meninas para essa faixa etária.
A terceira dose, chamada de reforço, deve ser tomada cinco anos depois da primeira, o que ocorrerá em 2019. O perigo de tomar somente uma dose é que não surtirá o efeito desejado, que é proteger contra o vírus.
O Governo do Estado informou, por meio de nota, que os dados do Núcleo Estadual do Programa Nacional de Imunização (NEPNI) apontam que Roraima recebeu do Ministério da Saúde 19.971 doses para realizar a primeira etapa da campanha de vacinação contra o HPV (Papiloma Vírus Humano). Para a segunda etapa, foram disponibilizadas 18.850 vacinas.
Informou que na 1ª etapa foram aplicadas 13.102 doses, o que equivale 85,75%, na 2ª etapa, foram aplicadas 7.572 doses, somando-se um total de 20.674 doses aplicadas para um universo de 15.280 meninas.
Entre os municípios que mais vacinaram na 1ª etapa estão: Boa Vista, com 7.380; Mucajaí, com 618; e Rorainópolis, com 604. Em relação à 2ª etapa, os municípios que mais imunizaram foram Boa Vista, com 3.886; Rorainópolis, com 775 doses; e Pacaraima, com 420 doses aplicadas.
As vacinas (D1 e D2) continuam sendo disponibilizadas pelo Estado para todas as unidades de saúde dos municípios, conforme demanda de cada região, porque foi incluída no Calendário Nacional de Vacinação das adolescentes.
O período de mobilização foi estabelecido apenas para as coordenações estaduais alimentarem o sistema de informações para posterior avaliação pelo Ministério da Saúde.
EFEITOS COLATERAIS – Em várias regiões do Brasil ocorreram efeitos colaterais. Segundo o núcleo, em Roraima não foi registrado nenhum caso de reação adversa durante a campanha de vacinação contra o HPV, em 2014.
SOBRE O HPV – O HPV é um vírus sexualmente transmissível com a capacidade de infectar todas as pessoas, independentemente de sexo, idade, etnia ou localização geográfica. É capaz de infectar a pele ou as mucosas e possui mais de 100 tipos. Do total, pelo menos 13 têm potencial para causar câncer. A estimativa da Organização Mundial da Saúde aponta que 291 milhões de mulheres no mundo são portadoras da doença. No Brasil, a cada ano, 685 mil pessoas são infectadas por algum tipo do vírus.
Estimativas indicam que 270 mil mulheres, no mundo, morrem devido ao câncer do colo de útero. No Brasil, 5.160 mulheres morreram, em 2011, em decorrência deste tipo de câncer. Para 2013, o Instituto Nacional do Câncer estima o surgimento de 17.540 novos casos. O câncer do colo do útero é considerado o terceiro tumor mais frequente na população feminina, além de ser a terceira causa de morte nas mulheres do Brasil, o que representa 95% dos óbitos.
Essa foi a primeira vez que a população teve acesso gratuito à vacina contra HPV. A aplicação da primeira dose não exclui a segunda, pelo contrário, para eficácia integral é preciso tomar as duas doses da vacina.
Os técnicos do  NEPNI esclarecem ainda que a vacina na adolescência é a primeira prevenção a ser adotada pela mulher contra o HPV e o câncer do colo do útero. No entanto, a imunização não substitui a necessidade da realização do exame preventivo e nem o uso do preservativo nas relações sexuais. As mulheres na faixa etária dos 25 aos 64 anos devem fazer o exame preventivo, o Papanicolau, anualmente.

Observe no quadro abaixo como ficaram os números em Roraima, conforme dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI)

 

MUNICÍPIO

09 anos

10 anos

11 anos

12 anos

13 anos

14 anos

D1

D2

D3

D1

D2

D3

D1

D2

D3

D1

D2

D3

D1

D2

D3

D1

D2

D3

CANTÁ

80

20

0

53

45

0

71

30

0

110

42

0

105

46

0

0

10

0

BONFIM

87

20

0

60

42

0

142

23

0

200

37

0

69

56

0

0

0

0

AMAJARI

144

21

0

88

35

0

119

46

0

119

29

0

84

44

0

0

2

0

CAROEBE

17

6

0

5

12

0

125

90

0

93

92

0

95

84

0

0

2

0

IRACEMA

10

2

0

14

5

0

142

80

0

78

66

0

74

60

0

1

28

0

MUCAJAI

9

1

0

6

0

0

232

53

0

171

112

0

220

171

0

1

5

0

SÃO LUIZ

6

0

0

6

0

0

59

21

0

45

35

0

44

22

0

5

12

0

UIRAMUTÃ

232

41

0

163

59

0

153

57

0

162

64

0

120

91

0

2

0

0

BOA VISTA

60

36

0

58

55

0

2616

997

0

2466

1766

0

2536

1650

0

0

842