Cotidiano

Apesar de imprevistos, presidente do TRE considera pleito tranquilo

Problemas na identificação biométrica e na divulgação dos votos apurados de candidatos marcaram o pleito em Roraima

Mesmo com a apuração dos votos encerrada às 21h19, devido ao atraso na votação, que foi marcado em Roraima por problemas na identificação biométrica e ainda questionamentos em relação à não contabilização dos votos da candidata ao Governo do Estado Suely Campos (PP) e de outros candidatos das eleições proporcionais, o  presidente do TRE-RR (Tribunal Regional Eleitoral), desembargador Mauro Campello, destacou que o Estado de Roraima não foi marcado por grandes crimes eleitorais no dia do pleito, considerando as eleições deste ano tranquilas.
Ele credita essa tranquilidade ao aumento do efetivo de policiais federais nas ruas, superior às eleições de anos anteriores. “O pleito foi tranquilo. Registraram-se poucos casos mais complexos no processo eleitoral, com a prisão de poucas pessoas acusadas de possível ilícito. Isso porque a população se mostrou mais consciente depois de uma atuação da imprensa na conscientização da cidadania e com a ação mais intensa da Polícia Federal, que estava com um quantitativo maior nas urnas”, disse.
Quanto aos problemas registrados com o sistema de identificação biométrica, o desembargador confirmou que esse fato foi um complicador para uma apuração mais ágil em Roraima, já que a própria votação se deu de maneira mais lenta devido ao novo sistema utilizado com os eleitores de Boa Vista. “Essas são questões pontuais que o TRE está ajustando. O sistema biométrico é seguro, mas causou essa demora. O que era uma previsão de um minuto e quatorze segundos para votação do eleitor, em Boa Vista chegou a ser de quatro até oito minutos. Mas essa demora não ocorreu somente em Roraima. Estados como Alagoas também enfrentaram esse problema, mas que deverá ser solucionado com os devidos ajustes”, declarou, destacando que no Interior o processo ocorreu dentro da normalidade.
Quanto às reclamações de candidatos que não tiveram a apuração registrada no sistema do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Campello explicou que esse problema ocorreu devido ao número de recursos de candidatos junto à Justiça Eleitoral, que têm grande número de outros processos para julgar e deve seguir um calendário eleitoral. “O TSE vai julgando o que é humanamente possível e vai comunicando a gente conforme as conclusões. Ninguém vai sair prejudicado. Por conta dessa situação de falta de tempo hábil para a atualização dos nomes dos candidatos para apuração, nós montamos um esquema para divulgar para os candidatos e imprensa a apuração correta, com os votos válidos de todos os candidatos que foram deferidos, incluindo a candidata Suely Campos e o candidato Jalser Renier, dentre os que estavam com deferimentos recentes”, explicou.
Para o desembargador, levando em conta as situações enfrentadas, o processo de apuração dos votos em Roraima foi rápido, com um envio instantâneo dos dados do interior do Estado via satélite e com a apuração em Boa Vista contando com todo o esforço da equipe do Tribunal para intensificar a conclusão o mais rápido possível.
“Tivemos poucas ocorrências em relação às eleições gerais anteriores e consideramos que o pleito foi tranquilo. Vamos, agora, organizar-nos com os candidatos do segundo turno para ajustar alguns termos de conduta no sentido de evitar que os eleitores amanheçam novamente com a cidade suja por esses santinhos e para manter também a questão dos transportes aos eleitores, pois o índice de abstenção de 12% poderia até ter sido maior caso os transportes não fossem disponibilizados. Temos agora que acordar essas questões e fazer os ajustes que forem necessários no sistema de biometria”, declarou. (S.A)
Atuação ostensiva e de inteligência da PF será mantida para o segundo turno
Apesar de o segundo turno das eleições ocorrer para um número bem menor de candidatos, em Roraima para o Governo do Estado e para a Presidência, o procurador regional eleitoral, Ígor Miranda, afirmou que as estratégias de atuar de maneira ostensiva nas ruas, com policiais federais armados na Capital, interior e nas barreiras, e do trabalho dos grupos de inteligência da Polícia Federal, serão mantidas no Estado. “A nossa atuação, especialmente no segundo turno, será na atividade de inteligência, monitorando os locais dos quais já temos uma apuração e reforçando o policiamento ostensivo”, declarou.
O procurador acredita que esse ano foi verificada uma diminuição de ilícitos eleitorais e atribui que essa mudança, em relação aos anos anteriores, está relacionada ao reforço do efetivo da Polícia Federal nas ruas. “Existe uma preocupação maior quanto à apuração correta das denúncias e, por conta disso, trabalhamos com uma divisão clara da atuação dos grupos de inteligência e dos grupos de policiamento ostensivo. Isso serviu para dificultar a prática dos ilícitos e apurar, de uma maneira mais efetiva, aqueles que foram cometidos. Essa atuação será mantida também no segundo turno, visando garantir ainda mais a redução dos crimes eleitorais no Estado”, informou. (S.A)