FABRÍCIO ARAÚJO
Colaborador da Folha
A Associação Setentrional de Apicultores (ASA) de Roraima retomou as atividades ontem, 7. A média de produção de mel em Roraima é de 300 toneladas por ano. O presidente da ASA, Pedro de Freitas, afirmou que há boas expectativas para os produtores do Estado em 2019, pois o restante do País vem apresentado problemas com a apicultura.
O quilo do mel é vendido por R$ 10 e como se produzem 300 toneladas anualmente, a atividade gera R$ 3 milhões que giram dentro de Roraima. De acordo com o presidente da ASA, o produto é exportado para outros Estados, mas o dinheiro permanece aqui. Neste ano, já forma vendidas 50 toneladas para o Estado de São Paulo.
“No ano passado, vendemos 80 toneladas para o Piauí e neste ano devem sair cerca de 100 toneladas de mel do Estado. Para Manaus e Belém, também saem pequenas quantidades, mais ou menos cinco ou dez toneladas”, declarou Freitas.
A expectativa alta tem motivo: as produções de mel do Sul estão comprometidas por causa do uso de agrotóxicos nos plantios e em Roraima ainda se produz mel orgânico, o que coloca o Estado em posição de vantagem, embora o potencial de produção ainda seja baixo.
“A produção daqui tem uma tendência a aumentar. Ainda são explorados 0,02% de apicultura, mas temos condições de triplicar esta produção desde que haja investimento porque, por enquanto, não existe”, explicou o presidente da ASA.
O apoio que os apicultores recebem no Estado ainda é pequeno, mas a ASA conseguiu o incentivo da Secretaria de Agricultura para os trabalhos de 2019 e Freitas relatou que o novo parceiro já demonstrou bastante vontade de ajudar a produção de mel a alavancar de vez em Roraima.
Ainda de acordo com Freitas, quase todo o Estado produz mel, mas as os municípios de Cantá e Mucajaí se destacam. A região de Apiaú e Boa Vista também foram lembradas como áreas em que se produz bastante mel.
“O que deu bastante no último ano foi a florada do ipê amarelo. Estamos tentando modificar para poder separar o mel por floradas, inclusive teremos a oportunidade de colocar nos rótulos a que estamos vendendo”, declarou Freitas sobre o tipo de mel produzido no Estado.
Os valores individuais de cada apicultor variam de acordo com a capacidade de produção, mas com apenas 50 caixinhas é possível lucrar R$ 2 mil por mês. O presidente da ASA afirmou que a área precisa de novos produtores e que há dinheiro para ser investido, mas que ainda faltam projetos ambientais.
“Dinheiro para projetos ambientais tem muito, o problema é que não tem projetos. A Holanda, por exemplo, queria investir aqui R$ 5 milhões em reflorestamento para plantações apícolas e para fazer isso é preciso ter um projeto apto”, afirmou.
O processamento e industrialização do mel são executados na sede da ASA, localizada na zona rural de Boa Vista. No local, o mel é embalado, envasado e rotulado. As atividades de 2019 já se iniciam com um estoque de 40 toneladas referentes à produção de 2018 e que já está pronto para processamento e industrialização.