Após os últimos acidentes relacionados às condições da BR-174, um grupo independente de caminhoneiros deve se reunir com o superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes no Amazonas (DNIT-AM), Luciano Moreira, para exigir melhorias no lado amazonense da rodovia federal. O encontro na quarta-feira (15), às 10h, também deve ter representantes do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos do Amazonas.
Edmilson Aguiar, líder do grupo Amigos do Volante, que reúne em torno de 800 caminhoneiros de Roraima e Amazonas, confirmou que membros da categoria desejam fechar a via em protesto contra a situação, mas defende que isso seja a última possibilidade do movimento, pois quer manter o diálogo para resolver o problema e não prejudicar a economia. “A gente sabe que uma paralisação dessa, de um dia ou dois dias, acaba prejudicando vida de pessoas que não tem a ver com a situação”, avaliou.
Um dos piores trechos da rodovia fica localizado próximo à divisa do Amazonas com Roraima, dentro da Terra Indígena Waimiri-Atroari. Segundo Edmilson Caminhoneiro, os motoristas levam de uma a uma hora e meia para trafegar apenas 20 quilômetros em trajeto marcado por buracos e desníveis no asfalto.
Foi nessa mesma região que ocorreram ao menos dois acidentes no fim de semana. No domingo (12), uma carreta tombou e deixou a via temporariamente bloqueada nos dois sentidos, provocando um grande congestionamento. Outros dois veículos quase tombaram. Nem mesmo carros pequenos conseguiam passar pelo local.
“Não podemos deixar o pior acontecer porque as chuvas vão começar ainda”, disse Márcia Cerveira, proprietária de uma transportadora que pede providências para resolver a situação. “Os motoristas já estão falando em fechar a estrada. Mas aí falta mantimento em Boa Vista, que será a maior prejudicada nisso”.
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A previsão é que a manutenção seja concluída às 18h, quando o sistema voltará a operar normalmente.
No Ministério dos Transportes, o deputado federal Albuquerque (Republicanos/RR) protocolou um pedido para recuperar trechos da BR-174, como o situado dentro da reserva indígena. Ele solicitou manutenção e revestimento asfáltico na rodovia, a única que liga Roraima ao restante do Brasil.
O documento cita que a falta de manutenção causa impactos negativos na economia de Roraima e que as péssimas condições acarretam encarecimento do comércio, produtos, serviços e materiais de diversos setores, freando o desenvolvimento econômico nacional e inibindo o potencial produtivo local.
“A falta de manutenção em diversos trechos da rodovia causa transtornos para quem precisa pegar a estrada, principalmente com a chegada do inverno amazônico, aumentando os atoleiros, erosões, que podem colocar em risco a vida de famílias em acidentes na rodovia”, diz o deputado.
Procurado, o DNIT informou ter iniciado os serviços de manutenção no trecho roraimense da BR-174 com incorporação de cimento, para recuperar a pista de rolamento da rodovia. “A empresa contratada está mobilizada realizando os trabalhos, com previsão de conclusão até o mês de março”, concluiu, sem detalhar os reparos no lado amazonense.
*Por Lucas Luckezie
