Cotidiano

Após identificar doença viral em rebanho, Aderr interdita propriedade

Comunidade Terra Cruz está interditada há pouco mais de uma semana; Aderr aguarda resultados laboratoriais para identificar a virose

Depois de ser notificada sobre uma doença vesicular (doença viral ainda não identificada), a Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr) interditou uma propriedade na Comunidade Terra Cruz, no município de Normandia. Os técnicos da agência realizaram trabalho de prevenção nas comunidades próximas para verificar a possibilidade de o vírus ter se espalhado.

Após verificar que o rebanho começou a apresentar sinais como salivação excessiva, apatia e caminhar mancando, criadores da Comunidade Terra Cruz dirigiram-se ao escritório da Aderr, em Normandia, para notificar o órgão sobre o que estava acontecendo com o rebanho. Os técnicos da Agência foram até o local e interditaram a propriedade.

Por meio de um exame, foi comprovado que se tratava de uma doença provocada por um vírus. Porém, de acordo com o diretor do Departamento de Defesa Animal da Aderr, Vicente Barreto, apenas quando sair o resultado do segundo exame – que será enviado hoje, 13, para um laboratório em Minas Gerais – será possível saber realmente qual a doença viral que está acometendo o rebanho. “O resultado deve sair em até 48 horas. Mas, pelo exame clínico que realizamos, está praticamente descartada a Febre Aftosa, tendo em vista que o vírus também está acometendo os equinos e a Aftosa não é identificada nesses animais”, explicou Barreto.

A partir da confirmação de qual é a virose, será possível tomar as providências necessárias. “Confirmando que realmente não se trata da Febre Aftosa, iremos fortalecer o organismo dos animais e manter a propriedade interditada até que o vírus encerre o ciclo”, esclareceu o diretor.

PREVENÇÃO – Na sexta-feira passada, 10, os técnicos estiveram na Comunidade Linha Seca, onde vivem 13 famílias indígenas, para fazer uma análise clínica do rebanho bovino e dos equinos para avaliar se eles apresentam características físicas que pudessem gerar a suspeita da presença do vírus naquelas localidades. “Não identificamos nenhum sinal do vírus nessa propriedade”, garantiu Barreto.

Porém, a equipe continuará o trabalho nesta semana, fazendo análise clínica na Comunidade Reforma, a 20 quilômetros da Comunidade Terra Cruz. “A ação imediata da Aderr é muito importante para identificar, tomar as providências necessárias o mais rápido possível e conter o avanço da doença”, explicou o diretor. “Para isso, precisamos do apoio dos criadores em notificar à Aderr caso percebam qualquer sintoma nos animais. Percebemos que os criadores estão cada vez mais conscientes e atentos”, pontua.

Barreto alertou que o descuido pode gerar consequências sérias. “Se um desses casos for Febre Aftosa e o produtor deixa de notificar, corremos o risco de perder o controle do vírus e a doença se espalhar, comprometendo o Estado, podendo rebaixar o status que hoje está em médio risco, mas que Roraima se esforça para passar a ser Livre de Aftosa com Vacinação”, explicou.