Cotidiano

Área desmatada na Amazônia é de 11 mil km² em um ano, estima Inpe

Trata-se de um aumento de 9,5% em relação à taxa de desmatamento apurada no período anterior, também de 12 meses

O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) estima em 11.088 km² a taxa de desmatamento na Amazônia Legal Brasileira entre 1º de agosto de 2019 e 31 de julho de 2020.

Trata-se de um aumento de 9,5% em relação à taxa de desmatamento apurada no período anterior, também de 12 meses. É ainda a maior taxa de desmatamento para o mesmo período desde 2008 e o terceiro ano consecutivo com aumento da área desmatada na comparação com o período anterior.

Os dados são do Prodes (Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite), do Inpe, e foram divulgados nesta última segunda-feira (30), durante a visita do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, a São José dos Campos.

De acordo com o Inpe, o mapeamento do desmatamento usou imagens do satélite Landsat ou similares para registrar e quantificar as áreas desmatadas maiores que 6,25 hectares.

O Prodes considera como sendo desmatamento a remoção da cobertura florestal primária por corte raso, independentemente da futura utilização destas áreas.

O Pará é o estado com a maior área desmatada na estimativa (5.192 km²), depois Mato Grosso (1.767 km²), Amazonas (1.521 km²), Rondônia (1.259 km²), Acre (652 km²), Roraima (300 km²), Maranhão (290 km²), Amapá (81 km²) e Tocantins (26 km²).

Os valores apresentados nesta segunda, informou o Inpe, são estimativas da taxa de desmatamento para o Prodes 2020.

ATRASO

Na visita a São José, Mourão admitiu um ‘atraso’ na entrada do governo para combater o desmatamento e falou da necessidade de aumentar a fiscalização contra a devastação da floresta. “Desde que o conselho começou e lançamos a operação, em maio, deixei claro que entramos atrasados”, disse.

Mourão admitiu redução de pessoal para a atividade de fiscalização na Amazônia e negociação com o governo para reforçar essa atividade, além da tentativa é de tornar as ações mais eficientes. “O ICMBio sofreu redução de pessoal em todas as agências e é essa a discussão dentro do governo para contratar mais gente, mas entra a situação fiscal do país. Das operações sendo realizadas, as Forças Armadas não realizam a fiscalização, que é técnica e realizada pelos agentes. As Forças dão apoio logístico. Temos planejamento, com os meios existentes, em sermos mais eficientes e eficazes com isso”, afirmou.