Cotidiano

Arroz sofre reajuste em Roraima

Estabelecimentos chegam a vender o quilo do grão à R$ 4,20. Menor preço foi de R$ 2,50

O arroz, item essencial da cesta básica do Brasileiro tem apresentado alta considerável no primeiro semestre do ano de 2019. Recente pesquisa divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIESF) que avalia se o salário mínimo é suficiente para suprir as despesas do trabalhador, revelou que em pelo menos em 12 capitais o preço do arroz teve alta de até 21,3% como em Belém do Pará e Rio Grande do Norte que registrou aumento de cerca de 13,43%. 

Em Roraima, a equipe da Folha percorreu alguns estabelecimentos na Capital de Boa Vista no intuito de verificar se houve aumento nos preços para o consumidor, e em comparativo as duas regiões de maior aumento, foi constatado que o quilo do arroz ficou mais caro em Roraima.

O menor preço encontrado foi de R$ 2,50 e o maior de R$ 4,20. De acordo com o gerente de um dos supermercados visitados, Samuel Cardoso, o atual preço é resultado dos reajustes repassado dos produtores de grãos aos compradores.

“A principal justificativa nos últimos reajustes de junho tem a ver com custo de produção e embalagem. Houve uma época em que 30 quilos custaram por volta de R$ 56,00. Hoje os mesmos quilos custam até R$ 80,00. O que chega ao consumidor é calculado em uma pequena porcentagem, não visamos o lucro porque se trata de um produto essencial à população” disse o gerente.

Tabela de preços do arroz em alguns estabelecimentos de Boa Vista

Localização

Menor preço por quilo

Maior Preço por quilo

13 de setembro

R$ 2,59

R$ 2,69

31 de março

R$ 2,89

R$ 3,09

São Francisco

R$ 2,68

R$ 4,20

Feira do Produtor

R$ 2,50

R$ 3,00

Qualidade da energia elétrica afeta preço praticados pelos produtores

De acordo com a presidente do Sindicato das Indústrias de Beneficiamento de Grãos do Estado de Roraima (
Sindigrãos), Isabel Itikawa, o reajuste no preço do arroz  no estado, é por conta da logística, e da aquisição dos insumos tanto para o produtor como para as indústrias além da questão da energia elétrica.

“A energia elétrica, que além de muito cara não é de qualidade, leva a grandes prejuízos com a queima de equipamentos, e a falta de abastecimento na região rural, elevando o custo do produtor quanto à irrigação, pois muitas vezes é preciso que seja feita com queima de óleo diesel.

Isabel ainda explicou que o custo de produção afeta diretamente a base de cálculo que os empresários precisam fazer para se obter o preço praticado no mercado. “Existem empresários que conseguem baratear o produto em Roraima, devido menor custo de produção e nos leva a manter o nosso preço sempre com margens baixas para poder concorrer. O mercado está cada dia mais competitivo, mas temos a consciência de que temos que ser eficientes em todos os aspectos para conquista de bons resultados”

Economista explica os motivos da alta no preço do arroz

O professor e economista Dorcílio Erick, falou sobre os motivos que podem ter afetado o reajuste no preço de comercialização do arroz no estado. De acordo com ele, o aumento na demanda de consumidores por conta da crise na Venezuela é um dos fatores e explicou como o arroz vindo de outros estados possui preços inferiores aos produzidos em Roraima.

“Os venezuelanos vêm ao estado e compram o arroz para consumo próprio devido ao desabastecimento no país vizinho. Já a explicação para preços menores em produtos vindo de outras regiões é devido a legislação da área de livre comercio que faz com que os produtores locais paguem Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e no máximo ganhem alguns descontos de ordem local, mas os de fora possuem desconto desse ICMS e acabam tendo preços mais competitivos do que o próprio produtor local” concluiu