O artista plástico roraimense Augusto Cardoso, morreu aos 63 anos vítima da Covid-19 em Boa Vista. Ele estava internado na UTI do Hospital Geral de Roraima (HGR).
A família do artista chegou a realizar uma campanha de doação de sangue do tipo A+, mas Cardoso não resistiu às complicações da doença e morreu nesta quarta-feira (22). Ele deixa esposa e filho.
Com obras em diversos templos da Diocese de Roraima, Cardoso é descrito como possivelmente o maior artista sacro do estado, segundo o Padre Vantuir Neto. Bastante religioso e detalhista, fazia questão de inserir as paisagens roraimenses em seus quadros.
“O Cardoso marcou a Igreja de Roraima com a sua arte, que revela o desejo do artista de pintar o divino, o mistério, o belo. Para que ao olhar, a gente possa contemplar aquilo que Deus quer revelar através das mãos, dos dedos, do olhar do artista”, comenta o Padre.
Autodidata, começou a pintar ainda na adolescência, aos 14 anos. Suas técnicas eram óleo sobre tela, acrílica, aquarela, crayon, carvão nanquim, sanguínea e ilustração.
Considerado um artista surrealista, possui em seu acervo, mais de 1.600 obras, 600 delas foram adquiridas por embaixadas estrangeiras como Canadá, Guiana Inglesa, Áustria, Japão, Venezuela, Itália, Bélgica, Holanda, África do Sul, Estados Unidos, Espanha e França.
Uma de suas obras faz parte do acervo do Museu do Papa, no Vaticano, que é a tela de São Francisco da Amazônia, em uma paisagem regional.
“Nós como igreja, não só agradecemos o bem que ele fez através dessas artes, mas queremos ficar nesse dia perto de sua família e todos aqueles que o queriam bem e apreciavam sua arte”, finaliza o padre Vantuir Neto.