Cotidiano

Assentados voltam a ser atacados e caso vai parar na delegacia

Homens disfarçados de PM´s tentaram levar um trator da comunidade (Foto:Foto: Raynere Ferreira))

Sete pessoas foram levadas para o 5º distrito policial, esta noite, após uma denúncia feita por moradores do Assentamento Rural Novo Planalto, localizado na região do Água Boa, próximo a BR-174, no sul do Estado.
Segundo informou a presidente da associação Silvanete Nascimento, os moradores continuam sofrendo represálias por parte de empresários daquela região, que tentam retirar as 86 famílias que atualmente ocupam o local, oriundas da Raposa Serra do Sol.
Silvanete contou que desta vez os homens armados se identificaram como policiais militares e queriam levar a força um trator que estava apreendido no local. A comunidade desconfiou e chamou a Polícia Rodoviária Federal(PRF) que pediu apoio ao Bope. “A primeira investida contra as casas dos assentados ocorreu no dia 12 de novembro. Desde então, os assentados continuam sendo pressionados, para deixarem suas propriedades. Mas continuamos resistindo até que tudo seja resolvido. Não seremos expulsos de nossa casa”.
CASO
No dia 15 de outubro, os moradores tiveram suas casas e barracos derrubados. A presidente da associação dos moradores do local registrou Boletim de Ocorrência (BO) contra o suposto autor da ação, o ex-procurador do Instituto de Terras de Roraima (Iteraima), Luiz Waldemar Albrecht. No documento ela ainda afirma que durante a ação foram levados todos os bens de dentro dos imóveis derrubados.
Ela cita que o ex-procurador do Iteraima, acompanhado de 45 homens, derrubou as casas e barracos que haviam sido edificados no Assentamento Rural Novo Planalto. Toda a ação foi presenciada por um dos moradores.
 “Levaram os bens dos imóveis derrubados dentre eles: botija de gás, um armário, uma gaiola para pesca, materiais de construção e utensílios domésticos. Foi tocado fogo em um dos barracos e o outro derrubado por um trator. Ele ainda informou que retornaria ao local para derrubar o restante das casas e barracos”, informa o BO.
A denunciante ainda procurou o Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) para informar a situação. A assessoria de comunicação do órgão fiscalizador informou que o órgão só poderá de manifestar após a investigação da Polícia Civil.