Esta semana foi histórica para a Associação Grupo de Mães Anjos de Luz (AGMAL). A Prefeitura de Boa Vista doou o título definitivo do terreno ocupado pela entidade desde 2011, por meio de concessão de uso, onde funciona a casa de apoio. Atualmente, a instituição atende mais de 9 mil pessoas com deficiência, entre crianças, jovens, adultos e idosos de todos os municípios do Estado.
Segundo a presidente da AGMAL, Maria das Dores, a entrega do título definitivo do terreno é uma das maiores conquistas para a pessoa com deficiência. “Agora, existe a segurança de termos um espaço próprio. Poderemos fazer outras parcerias para conseguir fundos para garantir a manutenção da associação. É tanta felicidade que não cabe dentro de mim. Hoje estamos ganhando nossa vara de pescar”, comemorou.
a presidente da AGMAL contou que tudo começou quando a Estér veio ao mundo, sua filha que nasceu com hidrocefalia. Das Dores conheceu Ana Carolina, mãe do Artur, que tinha paralisia cerebral, e resolveram fundar a associação Anjos de Luz, para enfrentar as dificuldades cotidianas da família com um filho que apresenta algum tipo de deficiência. Estér faleceu ano passado, com 10 anos, e Artur faleceu em 2016, aos 14 anos.
“No início, em 2007, nossa pretensão era atender a 20 crianças com deficiência. Em um mês, já havia aproximadamente 100 famílias associadas. Funcionávamos sem nenhuma estrutura. Minha casa era muito pobre, mas com um amor enorme no coração”, desabafou Das Dores, ao lembrar que a casa de apoio está passando por reforma e ampliação graças ao apoio de parceiros e colaboradores, e funciona na Avenida João Alves Brasil, 115, Caranã.
ANJOS DE LUZ – Instituição filantrópica, sem fins lucrativos, fundada em 4 de setembro de 2008. A filosofia consiste em “promover a aproximação, cooperação e integração dos pais das pessoas com deficiência, proporcionando-lhes uma vida digna com saúde, lazer e integração à sociedade”.
A AGMAL surgiu devido à problemática percebida por um grupo de mães, diante das dificuldades enfrentadas no cotidiano da família com um filho que apresenta algum tipo de deficiência. Dentre elas, estão a acessibilidade, o preconceito, a discriminação, a saúde, o trabalho, os conflitos familiares, a negação da família, falta de condições financeiras entre outras. Por esse motivo, se propôs criar um Grupo de Apoio para ajudar estas famílias que se encontram nesta situação.
Na sede da entidade funciona uma Casa de Apoio para pessoas com deficiência e seus familiares que residem no interior de Roraima e precisam fazer exames e consultas em Boa Vista, dispondo de alimentação e acolhimento. Além disso, a instituição possui um veículo que faz o deslocamento de associados para hospitais, clínicas e demais órgãos públicos. A entidade recebe doações de pessoas físicas e jurídicas, as quais são utilizadas para manutenção da associação, incluindo despesas com alimentação, água, luz, combustível entre outras.