Devido ao crescimento não incomum de incidente com cães, a Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM) esclarece lesões e riscos decorrentes a mordida do animal. As estatísticas brasileiras, no entanto, variam, mas, em geral, estima-se que milhares de pessoas sejam atacadas anualmente.
Apenas em 2022, foram contabilizados 35.290 atendimentos envolvendo cães, já em 2023, os números chegaram a 49.377 e, até agosto deste ano, somam 39.147 casos atendidos.
Um caso recente gerou repercussão e exemplifica a dimensão da violência que pode conter uma ocorrência com cães. Em outubro, estudantes da Universidade Federal de Roraima (UFRR), denunciaram ataques de cães pelo campus. A informação se tornou pública após o relato de diversos acidentes, o que gerou medo entre os estudantes. Segundo os estudantes, ao menos 20 cachorros vivem livres e em bando pelo campus.
Em caso de acidentes, o médico Antônio Carlos da Costa ressalta que é importante procurar serviço especializado o mais rápido possível. “Nos acidentes de mão ou perna, procure um ponto hospitalar e busque serviço médico. No local, lave com água corrente e cubra com tecido limpo. Não coloque pomadas ou remédios caseiros”, conclui, reforçando que a atuação rápida e adequada é essencial para minimizar os danos.
Em abril deste ano, a escritora Roseana Murray, de 73 anos, foi atacada por três animais da raça pitbull, enquanto caminhava na praia de Saquarema, no Rio de Janeiro. Arrastada por pelo menos 5 metros, ela teve o braço direito dilacerado, que passou por amputação, além de uma orelha arrancada. O braço esquerdo e o lábio precisaram ser reconstruídos.
“As mordidas de cachorro, seja de um animal de estimação ou um animal estranho, muitas vezes pode ter consequências terríveis para o indivíduo. Todo cachorro pode provocar lesões, mas, obviamente, quanto mais forte a mordida e quanto mais tempo o cachorro mantém a parte do corpo entre os dentes, os danos serão maiores”, acrescenta o médico.
Dados do Ministério da Saúde evidenciam cerca de 30 mil atendimentos por ano em unidades de saúde relacionados a mordidas de cães, que causam lacerações e cortes profundos, contusões e, em casos extremos, amputações com danos a músculos e ossos.