Cotidiano

Ataques com laser ameaçam segurança de voos comerciais e pequenas aeronaves

Desde 2013 a Infraero já registrou nove ocorrências envolvendo ataques com laser em aeronaves da aviação regular em Roraima

Uma brincadeira de mau gosto pode acabar em tragédia. Canetinhas de laser, aquelas comuns usadas em apresentações, estão sendo usadas para atrapalhar pousos e decolagens de voos comerciais e pequenas aeronaves em vários estados do País, inclusive em Roraima.

Nos últimos três anos, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão ligado à Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), já recebeu nove reportes de ocorrências com laser envolvendo aeronaves da aviação regular no Estado. Os registros desses delitos são voluntários e podem ser realizados por todas as pessoas, inclusive por passageiro.

Os ataques com ponteiros laser aumentaram e vêm preocupando as autoridades. Uma das queixas registradas envolve helicópteros do Exército. O 4º Batalhão de Aviação do Exército em Roraima está realizando um exercício com emprego de helicópteros em períodos diurno e noturno.

O problema é que alguns cidadãos estão utilizando caneta “laser point” e apontando em direção às aeronaves em voo. “Tal ação prejudica a visão do piloto, além de poder interferir no voo e causar acidente com a aeronave, atentando contra a segurança da tripulação e da população que está em solo”, afirmou o major do Exército Rodrigo Luiz. “Pedimos para essas pessoas que não utilizem ‘laser point’ apontando para nossas aeronaves, pois isso constitui crime previsto no Artigo 261 do Código Penal”.

Conforme a Cenipa, apontar raio laser para a aeronave pode expor a tribulação a situações de risco, como cegueira momentânea, distração, ofuscamento e, em circunstâncias extremas, deficiência visual permanente. As consequências são relativas à potência de emissão do dispositivo e ao tempo de exposição à luz.

Para evitar esse risco, o órgão tem investido em atividades educativas, como palestras, simpósios e cursos de prevenção. Além disso, ações regionalizadas, para prevenção de acidentes aeronáuticos, são realizadas pelos Serviços Regionais de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa).

CRIME – A ação de apontar uma caneta de raio laser verde para um avião pode ser enquadrada como crime de atentado contra a segurança do transporte aéreo, previsto no artigo 261 do Código Penal Brasileiro. A lei prevê de dois a cinco anos de cadeia, porém, caso haja um acidente com mortes, o responsável pode ser condenado a até 12 anos. (L.G.C)