Enquanto outros estados do Brasil diminuem em números de crescimento populacional, até 2060 Roraima terá população de quase um milhão de habitantes. Também terá o maior índice de fecundidade do país. Dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que projeta que até 2022 serão contabilizados 79 mil venezuelanos vivendo em Roraima. As últimas pesquisas apontam atualmente população em mais de 576 mil habitantes.
Conforme explicado pelo Supervisor de Disseminação de Informações do IBGE em Roraima, Liezer Pino, embora os números apontem crescimento da população, as mulheres roraimenses terão uma das menores esperanças de vida do país.
“A esperança de vida da população feminina não chega a 80 anos, abaixo da média nacional, que é de 84 anos. Mas o número de crianças nascidas em Roraima de pais estrangeiros aumentou significativamente desde 2014. As análises foram feitas baseadas até o ano de 2017, com crescimento de 244,9%”, explicou.
Com o aumento populacional também aumenta a demanda em serviços públicos considerados essenciais à sociedade como saúde, educação e segurança. Dados dos atendimentos em saúde do relatório enviado pelo Governo de Roraima ao Senado Federal e ao Ministério da Saúde confirmam o aumentou nos atendimentos na saúde em mais de 1.400% nos últimos três anos. Em 2016, foram realizados 3.445 atendimentos a pacientes venezuelanos, em 2018 esse número chegou a 48.454. Somente nos primeiros quatro meses de 2019 já são mais de 15 mil atendimentos. Na educação, já são mais de 7 mil estudantes venezuelanos matriculados na rede estadual de ensino e 4.473 na rede municipal.
O Governo Estadual disse estar preocupado quanto ao crescimento acelerado da população de Roraima e, de acordo com nota de esclarecimento, tem buscado dialogar com o Governo Federal para obter mais recursos para áreas mais afetadas como saúde, educação e segurança.
“Roraima enfrenta crise migratória e continua recebendo venezuelanos, o que de fato reflete negativamente na boa prestação do serviço público, uma vez que o planejamento não acompanha a entrada descontrolada de imigrantes, que chegam a Roraima fugindo da fome e doença que tem se perpetuado no país vizinho” disse a nota.