Cotidiano

Atleta é atropelada e grupos de corrida cobram estrutura em BV

Os praticantes do esporte reclamam que na Cidade não há calçadas em bom estado, nem acostamentos, aumentando o perigo para quem corre pelas ruas

Na tarde deste domingo, dia 19, alguns integrantes de grupos de corrida de Boa Vista estiveram reunidos na frente do HGR (Hospital Geral de Roraima) em solidariedade à atleta Neyde Cipriano Maruai. Ela foi vítima de um acidente na avenida Ville Roy, bairro Caçari, zona Leste da cidade, na noite do último sábado, dia 18. Os atletas têm como principal reclamação a falta de estrutura para quem faz essa prática de esporte em Boa Vista.
Conforme os companheiros de corrida da vítima, ela foi surpreendida por um carro enquanto o grupo ao qual pertence fazia um treino livre pela via que é uma das mais utilizadas por eles para corrida. Até o final da tarde, Neyde encontrava-se em observação no Setor do Trauma do hospital e passava bem.
“A nossa indignação é em relação à situação das ruas e avenidas para a prática desse esporte, que é a corrida de rua. Na maioria das ruas, nós não temos calçadas ou acostamento e acaba que os condutores de veículos não têm tanta atenção quando estão na pista”, comentou o atleta Jairzinho Rabelo quanto à falta de estrutura da Cidade.
Após o ocorrido, eles pretendem agora sensibilizar a sociedade a fim de fazer com que os praticantes desse esporte sejam melhor observados. “A corrida é o segundo esporte mais praticado no Brasil e é um esporte que é democrático, todo mundo pode fazer”, frisou o atleta.
Ele acrescenta que nos últimos anos tem-se observado que o número de pessoas que aderiram a essa prática aumentou significativamente. Um exemplo disso é a corrida 9 de Julho, que antes reunia cerca de 500 participantes e nesse ano registrou a participação de três mil corredores.
Ele acrescenta que é preciso um pouco mais de cuidado por parte dos motoristas aos transitarem pelas avenidas onde essas pessoas estão correndo. Para ele, o cuidado deve ser também por parte dos corredores, que devem sair às ruas equipados. “É a primeira vez que isso acontece com um corredor. Poderia ter sido com qualquer um de nós. Esperamos que isso não ocorra mais”, comentou.
O integrante de outro grupo, Isaías Assis, enfatiza que falta estrutura para a prática dessas atividades física, uma vez que também faltam políticas públicas voltadas para isso. Ele conta que o hábito de correr na avenida Ville Roy se dá pelo fato de esta ser mais ampla e conter subidas, apesar de não ser adaptada para tal.
Reclama que em Boa Vista, um dos lugares adequados para desenvolver as atividades seria a Vila Olímpica. “Mas, infelizmente, nos finais de semana, ela não funciona. O que aconteceu é preocupante, pois nós percebemos que alguns motoristas não se agradam de ver atletas correndo nas vias”, lamentou. “Estamos desamparados. Fica aqui nosso apelo às autoridades: que nos deem estrutura, porque esse é um esporte que contribui para nossa saúde”, completou.
O atleta Hugo Mazariegos destacou o descaso de muitos condutores de veículos para com os praticantes do esporte em Boa Vista. “Ela [atleta] está fora de perigo, mas, de qualquer maneira, ficamos todos muito constrangidos, porque nós, que corremos na rua, percebemos que há motoristas descuidados e ainda por cima agressivos que parece que se incomodam por nós utilizarmos a rua para correr, como se não tivéssemos direito”, reclamou.
Ele acredita que entre outras providências poderia ser feita uma campanha, por parte das autoridades competentes, com a intenção de mostrar à população a existência desse segmento. “São grupos de pessoas totalmente de bem, que são parte da comunidade que luta por cuidar de si próprio e também servir de exemplo para as novas gerações”, argumentou. (M.F)