Quem trafegou pela BR-174 Norte nos últimosdias pôde conferir o problema enfrentado por motoristas em relação aos alagamentos e atoleiros causados pelas chuvas, principalmente no trecho que está passando por obras. Com o início do período chuvoso, no entanto, o acúmulo de água dificulta a passagem. Na manhã de ontem, 23, quando a situação piorou em razão da chuva, condutores denunciaram o caso.
O trecho em questão fica situado próximo à Ponte do Parimé, a cerca de 60 quilômetros de Pacaraima, município localizado a cerca de 200 quilômetros da capital, na região Norte do Estado. Conforme um taxista, que preferiu não seridentificado, a empresa responsável pela obra antecipou um desvio incorreto que vem gerando atoleiro e alagamento com as precipitações, além de prejudicar quem trafega.
“Já começou a prejudicar quem precisa entrar no município ou vir até a capital. Todo ano aquele trecho fica alagado, a empresa sabia disso e mesmo assim fez o desvio e retirou o asfalto para colocar um bueiro. Só que agora está chovendo muito. Se continuar assim não vai ser possível trafegar no local. Vamos ficar ilhados”, contou. No momento, apenas veículos de grande porte, como caminhonetes e carretas, conseguem atravessar.
Segundo o taxista, a obra começou a ser realizada no ano passado, mas foi parada durante o período de chuva e retornada agora, quase um ano depois, no mesmo período que parou. Na avaliação dele, o perigo principal já iniciou no final de semana, quando quatro motores explodiram em razão do alagamento, sendo dois carros particulares e dois carros de cooperativa de táxi.
Mesmo com poucas chuvas, ele pontuou que a empreiteira deve tomar uma providência urgente para evitar um possível isolamento, tendo em vista a necessidade de tráfego por empresas de ônibus e, principalmente, ambulâncias. Taxista há três anos, ele explicou que sempre realizou o trecho intermunicipal, mas que nunca precisou dormir em Pacaraima, como fez no final de semana, em razão do problema.
Com medo de passar pelo trecho e acabar por ter um prejuízo maior com o carro, ele decidiu passar a noite no município. O taxista, entretanto, não foi o único a optar por esta saída. Na noite de sábado, 21, vários passageiros dormiram na rodoviária de Pacaraima por não ter um taxista disponível a realizar a viagem. “Hoje, 23, não sei se vou conseguir voltar pra capital. Quando vim pela manhã consegui passar com dificuldade, agora que choveu mais eu não sei se consigo voltar”, disse.
PRF – A assessoria de comunicação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) confirmou à equipe da Folha a realização da obra e informou que uma equipe seria enviada ao local para averiguar a situação.
DNIT – À Folha, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes informou que o local em questão se trata da bacia do Rio Paricarana. “Conforme relatos de moradores, no ano de 2008, ocorreu uma enchente em que a lâmina d´água chegou a superar o nível da plataforma. Para mitigar este problema, o local terá a sua cota elevada em até 3,60 metros e serão feitos cinco bueiros simples”, frisou.
O DNIT citou ainda que, durante a execução destes serviços, houve uma chuva fora do previsto pela meteorologia em local pontual que provocou transtorno aos motoristas, contudo o tráfego do local foi deslocado para pista, aguardando que o nível das águas volte ao normal para retornar o tráfego ao desvio.
Esta obra tem um total de 84,80 quilômetros a serem executados, sendo que 26 quilômetros já foram concluídos e os próximos 29 quilômetros estão com as frentes liberadas para a execução. “Em aproximadamente 21 dias será liberado o tráfego no trecho da bacia Rio Paricarana com os conjuntos de bueiros celulares devidamente implantados”, concluiu. (A.G.G)