FABRÍCIO ARAÚJO
Colaborador da Folha
O Colégio Militar Coronel Derly Vieira Borges deve iniciar o ano letivo de 2019 nesta segunda-feira, 11, mas deverá ser a única, já que todas as outras escolas da rede estadual continuam com o começo das aulas previsto para 7 de março. De acordo com a secretária de Educação, Leila Perussolo, foi atendida uma solicitação da direção porque a instituição não precisa de reparos como as demais.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Roraima (Sinter), Flávio Bezerra, afirmou que é preciso diálogo entre a Secretaria de Educação e outras comunidades escolares (professores, pais, técnicos e demais servidores), pois os profissionais da área não acreditam que retardar o ano letivo resolverá os problemas que precisam ser enfrentados.
“A comunidade precisa, sim, ser ouvida. E, da mesma forma que foi tratada a escola militar, todas as outras precisam ser ouvidas e respeitadas, já que o Estado não consegue resolver os problemas de todos. Que as escolas possam assumir parte desta responsabilidade e discutir este início de ano letivo também”, declarou Bezerra.
Para o presidente do Sinter, mesmo que o início das aulas seja adiado em dez meses, problemas como a falta de carteiras, merenda e transporte continuarão afetando as instituições de ensino do Estado, pois não há como resolver nenhuma destas questões de forma imediata.
Bezerra acrescentou ainda que a mudança no calendário escolar sobrecarregará todos os profissionais que atuam na educação (professores, assistentes de alunos, copeiras e merendeiras), pois para atender os 200 dias letivos garantidos aos alunos por lei, eles terão que trabalhar aos sábados, feriados e pontos facultativos.
No início da semana, o Sinter tentou uma reunião com a secretária de Educação, mas foi informado que não seria possível porque a agenda dela estava lotada. Na manhã de ontem, houve uma assembleia do sindicato em que seis pontos foram levantados e deverão ser levados à secretaria para tentar abrir canal de diálogo.
A pauta deve tratar do calendário de pagamentos, do enquadramento de todos os trabalhadores em educação, atualização e pagamento dos retroativos de progressão, reposição salarial, concurso público e manutenção da educação especial na pasta atual, porque existe a possibilidade de que seja transferida para a Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes).