Aulas vão iniciar sem professores temporários na rede estadual

Todo ano é a mesma história: pais e alunos da rede pública estadual depois que começa o ano letivo denunciam a falta de professores em algumas escolas da capital e do interior. Para resolver esse problema antigo, já virou rotina no Governo do Estado, a Secretaria de Educação abrir processo seletivo para contratar professores temporários.
E quem é aprovado nesse seletivo, assina um contrato com prazo final até o dia 31 de dezembro. Mas no ano seguinte, tudo se repete e mais uma vez alguns desses professores voltam a ser contratados para mais um ano letivo porque a quantidade de efetivos para o cargo nunca é suficiente para atender todas as escolas da rede pública da capital e interior.
Mas em 2015, a situação poderá ser ainda pior da que os pais e alunos estão acostumados a enfrentar todo início de ano. Isso porque uma das determinações dada, na última sexta-feira (9), pela governadora Suely Campos (PP) foi suspender a realização de concurso público ou processo seletivo na estrutura do governo por 180 dias.
O que significa, portanto, que as aulas que vão retornar no próximo dia 27 de janeiro já começam com um desfalque maior do que previsto. Atualmente, o quadro de professores efetivos de Roraima é formado por cerca de 4,8 mil pessoas. 
Ano passado, para atender a todas as escolas, o Governo do Estado ainda teve que contratar mais 2.566 professores temporários, que tiveram os contratos encerrados no último dia 31. Existem escolas na capital que cerca de 60% do quadro de professores era formado, no passado, por professores temporários.
A Secretaria de Comunicação do Governo do Estado informou por meio de nota “que está realizando o chamamento dos professores do quadro efetivo e organizando a lotação desses profissionais nas escolas da rede pública estadual, a fim de iniciar o ano letivo 2015 sem prejuízo ao alunado”.
O chamamento a que a Secretaria de Comunicação se refere, trata-se da convocação de professores efetivos que já estão há muitos anos fora de sala aula para retornar e assim evitar um desfalque ainda maior nas salas de aulas do que já acontece todos os anos. Esses profissionais efetivos normalmente estão em cargos de direção nas próprias unidades de ensino ou em cargos de confiança na Secretaria de Educação. 
Além dos efetivos concursados do Estado, o Governo conta ainda com cerca de 700 professores da União. Mas esse pessoal também poderá não mais oferecer sua mão de obra para o governo roraimense a partir de 2015. Isso porque todos eles começaram a trabalhar entre 1985 e 1990, o que significa que levando em conta que os professores precisam trabalhar por um período de 25 anos para se aposentar, este ano todos eles devem sair de sala de aula para aproveitar a aposentadoria.