AYAN ARIEL
Editoria de Cidades
Mais uma edição do Vestibular 2020, que vale uma das 806 vagas nos 38 cursos de ensino superior da Universidade Federal de Roraima (UFRR) ocorreu nesse domingo (24), em 19 locais de prova, sendo 12 dentro da universidade e sete em instituições externas.
Os candidatos tiveram aplicação das provas nas etapas Integral (PI) e Seletivo Seriado (PSS). Dessas vagas, metade é destinada a estudantes de escola pública e 5% são para pessoas com deficiências.
Dos 8.417 candidatos que tiveram suas inscrições homologadas no certame, 7.115 compareceram aos locais de prova e 1.302 acabaram faltando ou não conseguiram chegar a tempo de fazer o exame, o que significa um percentual de abstenção de 15,47%. Esse índice de faltosos foi maior que o do ano passado, que registrou ausência de 11% dos candidatos. Também é maior que a média dos anos anteriores, que é de 9%.
O presidente da Comissão Permanente de Vestibular (CPV), Antônio Giocondi, contou que o vestibular desse domingo foi consideravelmente tranquilo. Ele também destacou a questão dos atrasados do vestibular.
“Eu creio que transcorreu de forma normal, sem nenhum problema ou tumulto, sempre como de costume. Teve gente chegando atrasada ou que não conseguiu localizar com antecedência onde iria fazer o exame e o nosso edital é muito claro: tem que estar uma hora antes no local onde irá fazer a prova, até mesmo pra saber onde irá fazê-la. Então o candidato que chegou atrasado não tem como reclamar, porque a publicação deixa isso bem explicito e eles têm ciência disso”, pontuou o presidente.
CONCORRÊNCIA – Seguindo a tradição, os Bacharelados em Medicina e Direito da UFRR foram os mais concorridos do vestibular. Para o primeiro curso, houve uma média de 36,8 candidatos por vaga na academia. Já o segundo curso teve média de 24,1 pretendentes.
Os cursos menos concorridos foram de licenciatura em Letras (Português e Francês), com apenas 0,6 candidatos por vacância, bacharelado em Geologia, com 0,7 postulantes por vaga, Antropologia e licenciatura em Geografia, ambos com 0,8 concorrentes por lugar na academia.
“Medicina e Direito são realmente os cursos de pico aqui na UFRR, ou seja, os que são mais procurados por aqueles que desejam entrar no ensino superior. Aí depois vem Medicina Veterinária e Psicologia. No geral, essa é a sequência de procura dos últimos anos”, frisou o presidente da CPV.
Candidatos justificam atraso que os impediu de fazer o vestibular
Faltando 15 minutos para o fechamento dos portões, a Folha flagrou candidatos correndo contra o tempo para chegar na UFRR (Foto: Luan Correia)
Muitos candidatos acabaram se atrasando ou não localizaram o local onde iriam fazer a avaliação e acabaram perdendo o horário de início da prova. Esse é o caso de Breno Matias, de 18 anos, que tentaria uma vaga para o bacharelado em Engenharia Elétrica.
“Eu cheguei ao bloco e o cara disse que esse não era o bloco que eu faria a prova. Daí eles me indicaram onde ficava esse outro lugar e eu fui pra lá, só que quando eu cheguei nesse outro local, me falaram pra voltar. Nisso, eu acabei ficando rodado”, lamentou Breno, que pretende fazer a prova novamente no ano que vem.
Outra candidata de 16 anos que preferiu não se identificar ia tentar prestar o vestibular na etapa Prova Seletiva Seriada I (PSS I) e sonha em fazer Medicina.
“No meu comprovante estava que iria fazer a prova no auditório do Bloco de Música e Direito (Bloco VIII). Eu cheguei lá e o moço mandou me transferirem pro bloco de Medicina. Eu corri pra lá – isso perto do horário do início da prova – mas eu não vi meu nome na lista que tinha na frente do local e não deu para entrar”, disse a candidata.
A adolescente se mostrou frustrada pelo ocorrido, já que foram meses estudando para a prova. Agora ela pretende, junto com a família, recorrer na banca organizadora. A jovem também pretende tentar novamente fazer a prova no ano que vem. “Agora vou ficar mais atenta à organização, pois esse é o meu sonho e sempre tive o apoio da minha família para essa jornada”, analisou.
O trânsito complicado nas proximidades da UFRR foi fator determinante para o atraso de Asaf Simplicio da Silva, de 18 anos. O jovem macuxi da Terra Indígena São Marcos busca um lugar no curso de Medicina para poder ajudar a sua comunidade.
“Não vou desistir! Vou continuar tentando, porque é um sonho. Eu sou indígena e na minha região tem uma falta muito grande de médicos e eu quero fazer esse curso como forma de tentar ajudar a minha região”, contou esperançoso Asaf.