Cotidiano

Aumento do Diesel deve impactar no frete já nas próximas semanas

De acordo com o presidente do SETCERR, Valcir Peccini, a categoria ainda busca um entendimento com o Governo para contornar a questão

Em entrevista a FolhaWeb nesta segunda-feira, 3, o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas do Estado de Roraima (SETCERR), Valcir Peccini, afirmou que o reajuste do diesel nas refinarias de todo país, autorizado pela Petrobras na sexta-feira passada, 31 de agosto, deve impactar no preço do frete já nas próximas semanas.

De acordo com ele, o aumento de preço já era esperado por boa parte da categoria, uma vez que durante a greve geral dos caminhoneiros, ocorrida em maio deste ano, o Governo já havia dado garantias de que reduzia os custos do diesel por três meses, e que após esse período iria novamente mexer nos valores do produto.

“O Governo realmente resolveu jogar a bola para frente, aumentar o preço do combustível e o que vai acontecer é que não haverá outra maneira de contornar essa questão a não ser colocar os custos para o consumidor final. O aumento foi muito grande, tem bombas por aí que chegaram a aumentar o valor entre 20 a 40 centavos. Isso é algo muito impactante na despesa de viagem final, principalmente para nós que estamos aqui em Roraima, onde o consumo de combustível do Centro-Sul para cá é elevado, gerando consequências drásticas, como a elevação no preço final dos produtos que chegam aqui na capital”, comentou.

O sindicalista destacou não existir nenhum plano de greve ou qualquer outra estratégia para barrar o aumento. A categoria tenta dialogar a questão em mesa de negociação, para que não haja a necessidade de uma nova paralisação. A Confederação Nacional dos Transportes (CNT), inclusive, já estaria trabalhando a situação junto ao Governo Federal.

“Nós estamos agora tentando acertar nossas tabelas de transporte e tocar o barco. Não podemos mais pensar em paralisar, porque aquela greve geral foi muito impactante para toda a sociedade. Muitas empresas, inclusive, não conseguiram mais reagir e fecharam as portas, e agora quem não repassar os preços dos combustíveis para os frentes essa semana, e rápido, pois senão fizer isso, com certeza vai ter a suas finanças comprometidas”, completou.

O reajuste do diesel nas refinarias ocorre meses após o Governo congelar os preços do produto em razão da greve dos caminhoneiros. Esta foi uma das condições impostas pela categoria para encerra a paralisação que afetou economicamente todo o país. Segundo a Petrobras, aumento autorizado foi de 13%, elevando o custo do litro de R$ 2,03 para R$ 2,29. Os postos, no entanto, estão livres para aplicar ou não o reajuste.

Sobre a tabela de preços do frente, os acertos foram feitos por meio de negociação entre Governo, representantes dos caminhoneiros e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Este último, segundo Peccini, foi o responsável por redigiu a nova tabela, estabelecendo um limite de 10% para a margem considerada suportável para as empresas que atuam com o frete.

“Toda vez que o litro do combustível sobe acima de 10%, a tabela dispara, e dessa vez o aumento superou esse percentual. Nós achamos essa situação lamentável, principalmente pela situação que o país enfrenta. As vésperas de eleição, o cidadão está novamente sendo penalizado, sendo obrigado a tirar do bolso mais uma vez para manter a Petrobras funcionando. Quem está pagando a conta pelos desmandos dos governantes é a população, que não devia ser tão explorada”, concluiu.

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