AYAN ARIEL
Editoria de Cidades
“Nunca na história Roraima exportou tanto como em 2019”, declarou o economista da Secretaria de Desenvolvimento e Planejamento de Roraima, Fábio Martinez, ao apontar o recorde histórico e inédito de US$ 156 milhões em exportação e saldo de US$ 147 milhões na Balança Comercial do Estado, um salto de 2,196%, comparado a 2018.
O feito se deve à exportação da soja, com ganho de US$ 44,1 milhões, seguido do ouro, com US$ 31,3 milhões; do açúcar, com US$ 21,6 milhões; do arroz, com US$ 11,5 milhões; do óleo de soja, com US$ 7,6 milhões; e preparações de farinha, US$ 7,2 milhões.
Martinez comentou a importância da soja para este resultado, com o total de 120 mil toneladas do produto vendidos no ano passado. A soja é comercializada em Roraima desde 2013, segundo o economista.
“Isso é reflexo da produção agrícola, que está crescendo a cada ano que passa, e como a maior parte dessa soja atinge o mercado internacional, é natural que haja esse aumento. Mas é sempre bom frisar que a soja não é vendida diretamente por empresas daqui, sendo que quase toda sua totalidade é comercializada por empresas de fora, mandando para o Porto de Itacoatiara (AM) e enviando para vários lugares do mundo. Isso tornou esse produto o principal ponto da pauta de exportação”, considerou.
Outro fator observado pelo economista da Seplan para esse índice inédito é a exportação de produtos para a Venezuela, principalmente produtos alimentícios. Em 2019, US$ 72,2 milhões em itens foram vendidos para aquele país.
“Isso é quase metade do que a gente exportou, e em grande parte são produtos alimentícios. A Venezuela foi nosso principal destino esse ano e só para se ter noção, o que foi atingido esse ano equivale ao somatório dos últimos 16 anos. Para você ver como foi essa relação comercial em 2019 entre Roraima e o nosso país vizinho”, destacou.
EXPECTATIVAS – Para os próximos anos, a expectativa é de mais crescimento na exportação de soja, porém a preocupação econômica é a Venezuela, pois apesar da boa relação comercial, ainda há dúvidas com o momento instável do país.
Ouro foi destaque em 2019, mas não deve aparecer mais na Balança Comercial de RR
Economista explica o destaque do ouro para a Balança Comercial roraimense de 2019, que não deve mais ser computada (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)
O segundo produto mais exportado de Roraima, por mais irônico que pareça, já que não existe no Estado nenhuma empresa operando legalmente, é justamente o ouro. Foi contabilizada a quantia de US$ 31,3 milhões na exportação do produto, porém com o registro feito até o mês de novembro, já que em dezembro a mercadoria parou de ser apontada na Balança Comercial por conta de operação da Polícia Federal que desarticulou uma organização criminosa que comercializava ouro. “Por conta disso, o ouro dificilmente deve aparecer novamente nos registros comerciais do Estado”, acrescentou.
“Tivemos essa exportação de ouro bem significativa, nunca tínhamos vendido tanto. Era até raro, inclusive. Em vários meses do ano, o ouro foi o principal produto da nossa pauta de exportação. Mesmo com essa investigação, a informação do Ministério da Economia ainda computa o ouro exportado”, concluiu Fábio Martinez.