Cotidiano

Balança comercial roraimense tem superávit de US$ 1,2 milhão em maio

Impulsionado pela indústria de alimentos, o crescimento foi de quase 100%, se comparado ao mês anterior

Dados do Centro Internacional de Negócios de Roraima (CIN), departamento ligado à Federação das Indústrias do Estado de Roraima (FIER), apontam que em maio desse ano a balança comercial roraimense registrou superávit de US$ 1.289.684,00 em suas relações comerciais com outros países.

Conforme o CIN, se comparado ao saldo registrado no mês anterior, o crescimento percentual foi 99,82%, o que significa que as relações comerciais com outros países se acentuaram durante esse período. “Na economia, espera-se que para a saúde financeira de um estado ou país, a mesma venda mais do que compre. A lógica é essa, que você tenha uma economia tão produtiva capaz de fazer com que você abasteça o seu mercado local e ainda gere excedentes, ou que você tenha uma economia tão produtiva onde você consiga vender para mercados que outros não conseguem suprir”, explicou a coordenadora técnica da FIER, Karen Telles.

Ainda de acordo com o relatório, as exportações locais em maio deste ano totalizaram aproximadamente US$ 1.888.317,00, gerando assim um saldo superavitário de 82,13% em relação ao mês anterior.

Já em relação a maio de 2016, quando o volume de exportações registrado foi de US$ 334.945, o crescimento de 2017 foi considerado bastante positivo, resultando em um aumento percentual de 447,43%.

Os produtos mais exportados em maio foram o arroz, com lucro de US$ 651.276,00; o açúcar, item que gerou arrecadação de US$ 245.681,00; os biscoitos e bolachas, com retorno de US$ 244.904,00; a madeira, que conseguiu gerar arrecadação de US$ 233.551,00; e o óleo vegetal, com lucro de US$ 154.829,00.  

Nesse panorama, a Venezuela se destaca como principal comprador de alimentos, seguido da Holanda, Guiana, França e Bélgica. “Mesmo com a crise, grande parte dos produtos alimentícios, principalmente o arroz, está sendo comercializado basicamente para a Venezuela. Aí se questiona a possibilidade dessa crise gerar ou não uma queda na balança comercial. Em tese, deveria ocorrer isso, mas o empresário está mais cauteloso, tanto que esse tipo de operação só é efetivado mediante ao pagamento antecipado. Eu vendo o meu produto, mas somente se meu comprador me pagar primeiro. Por isso está dando para manter esse volume de negócio”, frisou.  

Ainda segundo Karen, o aumento no número de exportações do setor de alimentos se deu principalmente pelo fato de a indústria local ter investido em alternativas para o desenvolvimento desse segmento, como o desenvolvimento em parceria com países vizinhos, como a Guiana.

“Que fique bem claro que não se está levando investimentos para a Guiana, que atualmente é uma grande parceira do mercado roraimense na produção de grãos, mas sim a busca de alternativas para viabilizar continuidade das indústrias daqui. Não há mais terras disponíveis aqui no Estado em grande quantidade, então eles [empresários] passaram o ano anterior desenvolvendo o plantio de grãos por lá e agora estão colhendo, o que gera um crescimento positivo tanto em exportação quanto na importação”, complementou.

IMPORTAÇÕES – Em relação às importações, o mês de maio também apresentou crescimento em relação ao mês anterior. Pelos dados, o Estado registrou volume de US$ 598.633,00, um percentual de 78,19% maior em relação a abril, que foi de US$ 335.943,00.

Os produtos que mais tiveram maior importação foram os sacos plásticos, que detiveram investimento de US$ 142.457,00; seguido dos pneus de borracha utilizados em ônibus e caminhões, com US$ 103.428,00; correntes de rolos, de ferro fundido, de ferro comum e aço, com investimento de US$ 91.535,00; arroz, como US$ 76.000,00; e aparelhos de ar condicionado do tipo split-system, com US$ 56.773,00.

Da mesma forma que as exportações, a Venezuela também aparece como o país com maior volume de itens vendidos para Roraima, seguido da China, Guiana, Índia e Canadá.

Para a coordenadora técnica da FIER, os dados refletem diretamente na somatória de esforço que a indústria roraimense tem realizado para manter a economia local aquecida. “O empresariado tem se mostrado cada vez mais vivo em relação à economia e, por esse motivo, está buscando alternativas para manter esse crescimento. A própria atitude dos empresários de se reciclarem, de realmente buscarem se aperfeiçoar, está de fato fazendo a diferença e mantendo o mercado ainda mais aquecido”, pontuou. (M.L)