Cotidiano

Balsa quebra e deixa moradores ilhados 

Moradores do Passarão, zona rural, estão ilhados desde a semana passada devido à quebra do motor da balsa, único meio de travessia do rio Uraricoera para Boa Vista. A plataforma é de responsabilidade do governo do Estado. 

O problema acontece desde 24 de março, segundo relatos, e tem prejudicado 27 comunidades indígenas, moradores e produtores da região, que estão sem escoar a produção agrícola. Sem a balsa, muitos arriscam fazer a travessia em canoas que chegam a cobrar de R$ 20 a R$ 30, dependendo do que está levando de bagagem. Carros não podem ser transportados, o que dificulta ainda mais a vida de quem mora na região. 

Sem a balsa, para chegar à capital, os moradores têm duas opções: passar pelo Município de Bonfim, e por Surumu, ao Norte, em Pacaraima. Qualquer uma das alternativas escolhidas aumenta a distância em aproximadamente cem quilômetros.

“O motor quebrou e a balsa já está parada há pelo menos dez dias. Isso deixa os moradores daquela região ilhados ou tendo que pagar caro para atravessar numa canoa que chega a cobrar R$ 30. Isso é um absurdo”, disse uma moradora. “Esperamos que o governo mande logo consertar o motor e resolver o problema”, completou.    

Ela informou ainda que os mais prejudicados são os produtores rurais que deixam de escoar sua produção ou de levá-la para vender na Feira do Passarão, em Boa Vista.  

“Esse é o único meio que temos para chegar a Boa Vista e estando parada prejudica a todos os moradores, inclusive as comunidades indígenas”, garantiu.

‘ESFORÇO’ – Em nota, a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) informou que o motor da balsa – que interliga a Vila do Passarão a 27 comunidades indígenas do baixo Rio Branco e baixo São Marcos – apresentou problemas devido ao esforço que a embarcação está sendo submetida para a travessia neste período de estiagem.

A Seapa informou ainda que os reparos necessários, assim como as peças a serem substituídas para que o motor volte a funcionar, estão sendo providenciados. 

A secretaria destaca que, por precaução e para evitar incidentes no período noturno, o horário de funcionamento já havia sido reduzido. Antes, a travessia era feita das 6h às 20h. Desde o dia 1º de março, a embarcação passou a atender somente até as 18 horas.

A nota não informa quando a balsa volta a funcionar. (R.R)