Cotidiano

Balsas que extraem areia e seixo aproveitam seca do Rio Branco

Órgãos públicos que defendem o meio ambiente não sabem ao certo quantas toneladas de areia são extraídas diariamente do Rio Branco neste período de forte estiagem. Mas o número de balsas aumentou nos últimos meses. Ontem à tarde, a Folha foi à ponte dos Macuxi e constatou que cinco balsas e oito dragas extraíam areia do leito do rio. Antes, apenas duas faziam a extração. Nenhum dos operadores quis dar entrevista.

O meio ambiente no local pode estar comprometido. A margem direita do rio já sofre assoreamento e a vegetação nativa morre aos poucos. Além da agressão à natureza, os buracos no leito do rio, que se formam após a extração da areia, oferecem riscos a banhistas. Vários casos de afogamento já foram registrados naquelas imediações.

A Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), órgão fiscalizador, informou, por meio de nota, que para exercer a atividade de extração de areia no Rio Branco os proprietários dos maquinários precisam de autorização expedida pelo Departamento Nacional de Pesquisas Minerais (DNPM). A Folha tentou ontem à tarde contato com o DNPM, mas não obteve êxito.

A Femarh avisou que só emite o licenciamento para as balsas que apresentam o Plano de Controle Ambiental (PCA), no qual deve constar o estudo de impactos que a atividade de extração causa no meio ambiente, além das medidas mitigadoras que irão amenizar ou acabar com estes impactos.

Enquanto a areia é retirada do rio sem o devido controle dos órgãos competentes, o preço da carrada nas lojas de construção da Capital permanece estável. O preço da carrada varia entre R$ 135,00 e R$ 165,00. (AJ)