O consumidor e o empreendedor brasileiro ganharam uma nova ferramenta para facilitar o acesso ao crédito. Trata-se do Cadastro Positivo, um sistema regido pela Lei 12.414, em vigor desde o início de 2013 e que apresenta um banco de dados com o histórico de crédito de pessoas físicas e jurídicas. As informações possibilitam o aprimoramento na concessão e gerenciamento do crédito.
Com o cadastro, todo o histórico de pagamentos, tais como contas pagas em dia ou não, é considerado na análise de crédito. O acesso ao crédito poderá ser facilitado, permitindo melhores condições de negociação nos estabelecimentos comerciais de sua preferência. O cadastro pode ser feito por qualquer pessoa, física ou jurídica, diretamente no balcão do Serasa, na Avenida Sebastião Diniz, no Centro. O interessado deve levar os documentos pessoais.
À Folha, a assessoria de imprensa do Serasa Experian informou que não tem dados de quantas pessoas ou empresas já estão cadastradas em Roraima. De três gerentes de três lojas de eletrodomésticos consultados, apenas em uma loja é usado o novo programa de consulta da Serasa.
O gerente de crediário das Casas Lira, Mário Sérgio, disse que a empresa está cadastrada no programa Cadastro Positivo e que o uso do serviço tem ajudado a selecionar melhor os clientes que compram no crediário. “Ao consultar o programa, podemos verificar se o cliente está inadimplente. Temos outros acessos do cliente, como as últimas compras e até seu endereço. Isso é vantajoso para a empresa, pois, com a consulta, ficamos sabendo se o cliente está apto a fazer compras ou se está com algum tipo de restrição no comércio”, disse.
A gerente de Cadastro Positivo da Serasa Experian, em São Paulo, Fernanda Monnerat, disse que os consumidores que participarem do Cadastro Positivo terão mais e melhores condições de acesso a crédito, pois terão como ser avaliados de acordo com suas informações positivas de habitualidade de pagamento e de cumprimento pontual de seus compromissos.
“As empresas concedentes terão, à sua disposição, informações mais completas e pertinentes, que sejam negativas e positivas e, portanto, em melhores condições de mensurar o risco de crédito”, disse, ao ressaltar que o sistema tradicional de análise de crédito cria uma seleção adversa e as empresas com baixa probabilidade de inadimplência não tomam crédito porque não aceitam pagar taxas de juros incompatíveis com o seu risco.
“O Cadastro Positivo contribui para reduzir a assimetria de informações e estimula um sistema de precificação mais justo, em que a taxa de juros leva em conta o perfil de risco de cada tomador”, frisou, ao complementar que o risco é um dos principais componentes na precificação dos financiamentos.
Quem oferece menos riscos tende a ter melhores condições ao realizar negócios, mais crédito e melhores prazos de pagamento e taxas. “Isso porque a identificação de compromissos, histórico e hábitos de pagamento com o mercado e bancos aumenta a precisão na avaliação do risco, permitindo que a operação de crédito desejada seja avaliada de forma muito mais assertiva”, destacou. (R.R)