Cotidiano

Barreira fitossanitária do Bonfim será transferida

A Mosca da Carambola, praga que afeta a comercialização de frutas em Roraima, permanece causando grande preocupação aos órgãos de controle. Com a captura de seis moscas após a barreira fitossanitária no quilometro 100 da BR 401, em Bonfim, o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) decidiu transferi-la para 500 metros da entrada da Vila São Francisco, na mesma rodovia.

A barreira fitossanitária é um mecanismo utilizado para impedir ou restringir a circulação de frutos hospedeiros da mosca para regiões livres, prevenindo riscos de contaminação e disseminação da praga ou para evitar que ela se prolifere. 

De acordo com a Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (ADERR), existem 36 frutos considerados como hospedeiros devido a maior preferência da mosca. Eles são: abiu, acerola, ajuru, ameixa roxa, amendoeira, araçá boi, bacupari, biribá, caimito, caju, carambola, cutite, fruta-pão, goiaba, goiaba araçá, gomuto, jaca, jambo rosa, jambo d’água, jambo amarelo, jambo vermelho, jujuba/jujuba chinesa, laranja doce, laranja da terra, licania, limão cayena, manga, muruci, pimenta de cheiro, pimenta picante, pitanga, sapotilha, tangerina, taperebá, tomate e toranja.

Conforme Marcelo Parisi, diretor de defesa vegetal da ADERR, a mudança se deve também ao fato de que todo o município de Bonfim passou a ser enquadrado como área de quarentena. Ainda de acordo com ele, Normandia, comunidades indígenas e do Pium também registraram focos da praga. A transferência da barreira será concluída até o fim do mês.

“Nós precisamos fazer alguns trâmites, perfuração de poço artesiano para água, solicitar a instalação da energia elétrica, liberação do DNIT, então isso pode levar alguns dias. Mas a nossa previsão e nosso prazo, também do ministério, é que até o final do mês já esteja pronto”, afirmou.

O combate à mosca tem sido feito semanalmente em todas as regiões de ocorrência, destacou Parisi. Mas no final do ano passado, ele aponta que esta ação ganhou um reforço com a entrega de panfletos na Guiana, de onde a praga é transferida à Roraima pelo vento, devido a próximidade com o país.

“Combatendo ela lá, esperamos que essa pressão da mosca diminua dentro do estado de Roraima e que consigamos erradicar dessas regiões, pelo menos mais próximas de Boa Vista”, finalizou.

BARREIRAS FITOSSANITÁRIAS – Ao todo, Roraima possui nove barreiras fitossanitárias. Em Pacaraima, existe uma Zona de Proteção, em parceria com o Mapa que também faz este tipo de ação. As outras estão espalhadas pelo estado em locais estratégicos. Um posto fixo de vigilância agropecuária está localizado na Vila Jundiá (divisa com o Amazonas) e outro no município de Bonfim (que será transferido para a entrada da Vila São Francisco). Há também barreiras fitossanitárias no Alto Alegre, na Vila Recrear (entre Boa Vista e Alto Alegre), na Balsa do Passarão, no Aeroporto Internacional Atlas Cantanhede e Rodoviária José Amador de Oliveira em Boa Vista.