Cotidiano

Basa quer aumentar participação de RR

Banco da Amazônia disponibiliza R$ 275 milhões para setores produtivos em Roraima e agora busca facilitar acesso ao crédito

Um protocolo de cooperação entre o Governo do Estado e o Banco da Amazônia (Basa), que visa a facilitação ao acesso a linhas de crédito variadas, foi firmado na manhã de ontem. O presidente do banco, Valmir Rossi, disse que a instituição proverá para este ano R$ 275 milhões para aplicar em todos os setores produtivos de Roraima. O ato ocorreu no Palácio Senador Hélio Campos, na Praça do Centro Cívico.
A governadora Suely Campos (PP) disse que o termo de cooperação disponibiliza recursos essenciais para o desenvolvimento econômico da região. “É preciso ajudar o produtor no acesso ao crédito e o governo tem a determinação em diminuir a burocracia nos trâmites de títulos de propriedades rurais, urbanas e alvarás para liberar projetos”, afirmou. Ela disse que o Estado não tem outra saída senão produzir, principalmente no setor primário. “Nossa vocação agrícola tem de se tornar realidade. Nossa economia não pode mais depender do contracheque. Para isso, temos de fazer parcerias com as instituições de produção afins, em especial os pequenos produtores”.
O presidente do Basa, Valmir Rossi, explicou que em Roraima, no ano passado, foram investidos valores na ordem de R$ 43 milhões, um volume modesto aos olhos da instituição. “Gostaríamos de crescer mais. O convênio que firmamos hoje visa fazer com que o crédito se amplie no Estado. Estamos falando de R$ 275 milhões. Mais de 90% desse valor de crédito provém do FNO [Fundo de Desenvolvimento do Norte], que é de 5% por Estado”, explicou.
Segundo ele, o crédito é apenas um elo de uma grande cadeia que, para funcionar, também depende de outras definições, como a questão fundiária, leis ambientais, pesquisas e tecnologias, além de infraestrutura. “É importante que todos os governos trabalhem juntos às entidades produtivas para fomentar e desenvolver o crédito. Isso gerará emprego, renda e qualidade de vida”, disse o presidente ao avaliar ainda uma tendência de aperto ecônomico em todo o País, mas justificou que o crédito proposto pelo Basa é de longo prazo e subsidiado. “Quero dizer que o preço do crédito estará abaixo da inflação atual e será abundante. O banco vê muito otimismo para a região Norte e Roraima”.
Segundo ele, Roraima possui atualmente 22,4% de participação neste crédito em longo prazo. Em números simplificados, de cada R$ 100,00 emprestados em todo o Estado, apenas R$ 22,00 são do Banco da Amazônia. “É um valor pequeno. Há estados em que chegamos a 50%. Queremos crescer neste percentual”, complementou.
O crédito estará disponível a todos os segmentos. Rossi exemplificou que um projeto de frigorífico movimentou financiamento de R$ 25 milhões, que é um valor expressivo para o Estado. “Um shopping local também teve investimento de R$ 80 milhões”, disse. Mas lembrou ainda que no ano passado R$ 18 milhões foram disponibilizados somente para micro e pequenas empresas locais. 
O presidente do Basa frisou que a instituição financeira gostaria de uma participação maior no Estado. “É preciso atrair investidores, e as parcerias são fundamentais. Até porque, o crédito, de forma isolada, pode gerar inadimplência, e não se resolve nada. Resumindo, acreditamos que os órgãos, trabalhando de forma séria e coordenada, podem viabilizar o crédito e gerar renda e qualidade de vida à população local”. (JPP)