O Ministério da Saúde (MS) estima que os casos de sífilis transmitidos durante a gestação para o bebê superem os 22 mil, enquanto no passado foram confirmados 19.228 casos da doença no Brasil, sendo 6,5 notificações para cada mil nascidos. Em Roraima, a situação não é diferente. Os números indicam que este ano a quantidade de bebês infectados ainda na gravidez pode ser maior que os registrados em 2015.
Tanto em 2016 como no ano passado foram notificados 15 casos em todo o Estado, de acordo com dados do Núcleo de Controle de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) da Secretaria de Estado de Saúde (Sesau), mas a contabilidade deste ano inclui números de janeiro a setembro, enquanto em 2015 os dados se referem aos 12 meses.
Estes tipos de casos são classificados como sífilis congênita e podem ser evitados com o tratamento feito na mãe durante o pré-natal. No entanto, existem outros casos da doença que afetam a população adulta. Os números registrados indicam estabilidade. Mas há cautela porque até setembro foram confirmadas 83 situações de infecção, enquanto durante todos os meses de 2015 foram 108 notificações.
A estimativa do Ministério da Saúde é baseada nos crescentes índices registrados nos últimos anos. Os dados indicam que entre 2014 e 2015, a sífilis congênita aumentou 19% no País. As estatísticas do MS revelam que entre 2011 e 2013, 419 bebês com menos de um ano morreram em decorrência da doença.
Já em Roraima, em números gerais, incluindo sífilis congênita e sífilis em adultos, foram 123 casos em 2015 e 98 em 2016. A técnica do Núcleo de Controle de DSTs, Valdirene Oliveira, disse que depois da confirmação do teste com resultado reagente, o paciente é encaminhado para tratamento, que é feito nas unidades de saúde de todas as cidades do Estado.
“A orientação é que se faça o tratamento na pessoa e no parceiro”, disse Valdirene ao informar que na gestante o tratamento é feito imediatamente após o primeiro teste, mesmo antes do segundo exame de confirmação, para evitar que o bebê seja contaminado. “O parceiro da mãe também é tratado”. Segundo ela, o Estado distribui o teste rápido para todos os 15 municípios de Roraima.
Segundo ela, o exame pode ser realizado também no Centro de Testagem e Diagnóstico (CTA), onde podem ser realizadas testagem também para identificar o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e hepatites virais, sendo possível realizar também nas unidades de saúde.
PREVENÇÃO – A atenção básica realiza o trabalho de notificação, prevenção e tratamento para todas as DSTs. A superintendente de Atenção Básica da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Erika Madelaine, disse que é realizado um trabalho de informação e conscientização nas unidades de saúde e nas escolas próximas às áreas de abrangência das equipes de saúde da família.
Segundo ela, o tratamento é feito com a injeção intramuscular de penicilina benzatina tanto para as gestantes como para os demais adultos. “As pessoas que submeteram a situação de risco com sexo desprotegido, sem camisinha, devem procurar as unidades de saúde para fazer o teste rápido”, recomentou Erika.
COMPLICAÇÕES – Em relação à sífilis congênita, de acordo com o Ministério da Saúde, o recém-nascido pode ter má-formação, surdez, cegueira, deficiência mental e até morrer. A recomendação para as mães é que se faça o pré-natal adequadamente. Durante a gestação pode haver aborto espontâneo e parto prematuro. A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum e pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios. (A.D).