Cotidiano

Beneficiários dormem na frente do Banco do Brasil, mas não recebem

Governo do Estado afirma que, com suas contas bloqueadas judicialmente, não tem como honrar seus compromissos

Muitos clientes do Banco do Brasil dormiram em frente à agência, localizada na Praça do Centro Cívico, para sacar o Crédito Social ontem. No entanto, o superintendente da instituição bancária, Mário Marcos de Alcântara, disse que o Governo do Estado ainda não creditou o dinheiro e que essas pessoas não precisam pernoitar ali.

“Não há nenhuma necessidade ou orientação para que as pessoas fiquem aqui durante a noite, durmam ou cheguem de madrugada para buscar atendimento.

Aqueles que precisam trocar os cartões do Crédito Social, que tenham vencido ou que precisem revalidar as senhas, estão sendo atendidos normalmente”, informou Alcântara.

Os clientes do BB que precisam do serviço destinado ao Crédito Social estão sendo atendidos normalmente, apesar da greve. “O movimento grevista não está atrapalhando o atendimento à população, até porque os cartões vencem gradativamente, então, só é necessário vir à agência quando o cartão do Crédito Social chegar à data de vencimento ou quando for necessário fazer a revalidação de senhas”, complementou.

A greve não está atrapalhando o atendimento à população. “Estamos com uma força tarefa, na agência central, com funcionários para fazer o atendimento, que está sendo realizado de forma tranquila. Na segunda-feira, por exemplo, cerca de 160 pessoas buscaram a regulamentação do Crédito Social e foram atendidas”, destacou Alcântara.

Sobre o pagamento, o superintendente afirma que depende do repasse do recurso pelo Estado. “No momento em que o governo creditar o valor, as pessoas irão receber o dinheiro. Então, as pessoas que não têm o cartão ou a senha vencida, não precisam vir ao banco neste momento, pois não há dinheiro para ser sacado”, frisou.

GOVERNO – O Governo do Estado informou para a Folha que, desde o dia 9 de setembro, não consegue honrar compromissos financeiros, como o pagamento dos servidores da administração indireta e o Crédito Social. “As contas do Tesouro foram bloqueadas pela Justiça, retendo toda a arrecadação para cobrir o repasse do duodécimo aos poderes”, frisou.

Ainda conforme o Estado, o bloqueio compromete a distribuição de recursos vinculados ao Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS), destinado ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), manutenção e desenvolvimento do ensino, saúde e para os municípios.

A Procuradoria-Geral do Estado foi acionada pela Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) para recorrer aos bloqueios e, com isso, o governo pretende efetuar o pagamento dos servidores que ainda não receberam o Crédito Social referente ao mês de agosto. (B.B)