Cotidiano

Boa Vista tem 36 grávidas com suspeita de terem contraído zika

Casos de microcefalia em bebês estão sendo relacionados ao zika vírus, por isso o País entrou em alerta para a doença

Com base nos resultados de exames em um bebê no Estado do Ceará, o Ministério da Saúde confirmou a relação do zika vírus com o surto de microcefalia em bebês na região Nordeste. Com isso, autoridades de todo o País começam a traçar planos mais eficazes de combate ao Aedes aegypti, mosquito responsável por também transmitir a dengue e a febre chikungunya.

Conforme a Superintendência Municipal de Vigilância em Saúde, dos 1.117 registros suspeitos da doença no Estado, 36 são em gestantes da Capital, sendo que sete foram registrados no primeiro trimestre, 20 no segundo trimestre e nove no terceiro trimestre. Para chegar a esses dados, o órgão tem trabalhando em parceria com outras entidades, para desenvolver uma metodologia de monitoramento do zika vírus no Estado.

“Quando iniciou a introdução do vírus zika no País, nós instalamos, em parceria com outras instituições, as unidades sentinela. Com isso, foi possível descobrir como esse vírus estava circulando na cidade. Até o momento, há confirmação por laboratório de 19 casos em Boa Vista. Paralelo a isso, adotamos um mecanismo de captação de pessoas com zika”, destacou o superintende do órgão na Capital, Emerson Capistrano.

Segundo ele, desde a notificação do caso suspeito, todas as gestantes estão passando por acompanhamento. A ideia é não só atestar a saúde do bebê, mas garantir também uma melhor assistência de saúde à paciente.  

“Essas gestantes que captamos, por exemplo, são mulheres compatíveis com a doença. Ou seja, todas elas estão totalmente identificadas, com nome e localidade onde residem. Feito isso, nós vamos iniciar um trabalho de acompanhamento para saber como está indo a saúde delas, como está o pré-natal, entre outras situações. Vale ressaltar ainda que uma das ações mais fortes da prefeitura está sendo o reforço na questão do pré-natal, para justamente dar uma qualidade melhor de assistência de atendimento a essas mulheres”, destacou.

Capistrano destacou que a adoção do mecanismo de capação de casos suspeitos tem possibilitado que o município reforce tanto as ações de monitoramento quanto os trabalhos de conscientização e combate aos criadouros. Uma abrangência que não era possível por meio do sistema de buscas do Ministério da Saúde.

“Podemos dizer que hoje nós estamos bem adiantados no que diz respeito à rede de captação do zika vírus na Capital. Fora isso, o município tem reforçado as ações de combate ao Aedes aegypti, principalmente nos bairros que já tiveram alto índice de infestação. Atualmente, estamos iniciando uma parceria com a Secretaria Municipal de Gestão Ambiental (Smga), trabalhos de intensificação de limpeza da cidade que, junto com os programas sociais, estão levando informação à população sobre os cuidados, trabalhando fortemente a conscientização”, destacou

O superintendente ressaltou ainda que a população precisa ser parceira das ações executadas pelos municípios, mantendo o máximo de zelo dentro e fora de casa. “Primeiro de tudo é cuidar do seu ambiente, porque o mosquito estará principalmente nos ambientes de maior possibilidade de reprodução, como nos recipientes que acumulam água parada. Então, é importante que as pessoas procurem realmente manter suas casas limpas. O poder público tem feito a sua parte, nós temos oferecido um bom serviço de coleta de lixo e também ampliamos a  rede de captação de casos de zika vírus. Mas cabe à sociedade também fazer a sua parte, que é cuidar do seu ambiente, para evitar que o mosquito se prolifere”, frisou. (M.L)