Cotidiano

BR-174 será liberada hoje por duas horas

Bloqueio da rodovia formou um congestionamento de cinco quilômetros; depois de duas horas de liberação hoje, tráfego será fechado de novo

O protesto dos professores indígenas, com o apoio das comunidades da região, que bloqueou a BR-174 norte em dois trechos desde segunda-feira, provocou um congestionamento de quase cinco quilômetros próximo do Município de Pacaraima, da Cachoeira do Macaco até a entrada para a região de Surumu. Embora tenha sido anunciado que à noite o tráfego de veículo estava sendo liberado, não houve desbloqueio da pista em nenhum momento, a não ser para a passagem de ambulâncias e carros de polícia.

Devido à extensa fila de veículos, as lideranças indígenas se reuniram ontem e decidiram que vão liberar o tráfego por duas horas na manhã de hoje das 6h às 8h. A finalidade é reduzir a fila de espera e aliviar o transtorno. Depois disso, nenhum veículo ou pessoa a pé irá passar pelo prazo de 48 horas. A informação é da jornalista Shirley Rodrigues, que esteve ontem no local e teve notícia confirmada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) ontem à tarde.

O bloqueio da rodovia é um protesto dos professores indígenas que alegam que depois que decidiram encerrar a greve ainda não tiveram garantia de que suas reivindicações sobre a Educação Indígena foram contempladas no Plano de Cargos Carreira e Remuneração (PCCR). O Governo do Estado afirmou que já está em entendimento com os índios.

A preocupação é que o bloqueio da principal rodovia do Estado já esteja começando a provocar prejuízos, além dos transtornos para os condutores de carros e turistas que se dirigem para a Venezuela. Até ontem, estava sendo permitida a baldeação de passageiros de ônibus e táxi. Mas, depois das duas horas de liberação do tráfego, hoje pela manhã, o movimento vai encrudescer. Os manifestantes não vão mais permitir que ninguém mais passe a pé pelos dois bloqueios.

“Estive conversando com as lideranças indígenas e elas disseram que não vão mais permitir que passe mais ninguém a pé”, frisou Shirley ao acrescentar que os índios estão pintados para a guerra. Ela teve que deixar seu carro na região e seguir a pé pelos bloqueios para pegar um táxi de volta para Boa Vista.

GOVERNO DO ESTADO – Por meio de nota, do Governo do Estado afirmou que representantes do Palácio Senador Hélio Campos já estão em entendimento com os manifestantes para que eles ao menos liberem o trânsito de veículos que transportam cargas perecíveis e que estejam a serviço de setores de Saúde e Segurança “para evitar graves prejuízos à sociedade”.

“Além disso, os representantes já estão buscando viabilizar o recebimento de uma comissão representativa dos manifestantes da categoria de ensino da região, pela governadora Suely Campos [PP], para resolver a situação dentro do espaço de tempo mais curto possível”, frisou, sem entrar em detalhes sobre o PCCR.