Nos últimos cinco anos, o Brasil concedeu 112.113 refúgios a cidadãos venezuelanos. Segundo dados do Ministério da Justiça, dos 200 mil pedidos de reconhecimento de condição de refugiado registrados nesse período, 117.825 foram de venezuelanos. Afeganistão (1.113), Cuba (992), Síria (970) e Burkina Faso (438) completam a lista dos países com mais refugiados aceitos pelo Brasil.
O crescimento do número de refugiados no território brasileiro parte da crise humanitária na Venezuela, que levou milhares de pessoas a buscar proteção no país vizinho. Somente em 2023, de acordo com o relatório “Refúgio em Números”, o país registrou 58.628 novas solicitações, sendo que mais da metade (50,3%) foram feitas por venezuelanos, totalizando 29.467 pedidos.
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Do total, 72% dessas solicitações foram registradas nos estados que compõem a região norte do Brasil. O estado de Roraima concentrou o maior volume de solicitações de refúgio em 2023 (51,5%), seguido por Amazonas (14,2%) e São Paulo (7,5%).
Depois do refúgio
Apesar do número alto número de concessões de refúgio no Brasil, o processo de integração parece lento no país. Os números de ainda são pequenos comparados ao montante de refugiados que o País recebe anualmente.
Segundo relatório da Agência da ONU para Refugiados (Acnur), a instituição atendeu a 9.746 refugiados de janeiro a junho deste ano, com ações “de Meios de Vida e inclusão econômica, além de certificação/formação profissional, acesso a cursos de português e oportunidades de emprego formal”.
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No caso dos venezuelanos, que constituem a maior parte dos refugiados no Brasil, desde 2022, as formações profissionais à mulheres migrantes da agência treinou mais de 540 mulheres, com 350 contratações e 650 interiorizações dentro do “Empoderando Refugiadas”. Enquanto o “Mujeres Fuertes” beneficiou 246 mulheres venezuelanas com cursos de empreendedorismo em beleza.
No trabalho formal, conforme o relatório, apenas 1,6% do saldo das contratações no primeiro trimestres de 2024 eram de afegãos, haitianos e venezuelanos. No entanto, um estudo da agência com o Banco Mundial, mostrou que um dos problemas é a dificuldade para utilizar a educação de origem.